Falece o fundador da IBF Agropecuária

SANTA ADRIANA Fazenda foi um das pioneiras em produção de soja no Cerrado Matogrossense

Em dezembro do ano passado, faleceu no Rio de Janeiro Dr. Sabino Arias, Presidente e fundador da IBF Agropecuária, Fazenda Santa Adriana, aos 95 anos, 60 dos quais dedicados ao Mato Grosso. 
A Fazenda  Santa Adriana, localizada no município de Primavera do Leste foi uma das pioneiras na produção de soja no Cerrado Matogrossense e na produção de 2 safras de soja sem irrigação artificial,  feito reconhecido por ter sido apontado pelo Ministério da Agricultura como merecedor do prêmio “Tendência” em 1984.
Dr. Sabino apesar da paixão pela agropecuária, dividia seu tempo presidindo a IBF – Indústria Brasileira de Filmes S.A., com 1000 funcionários, fabricante de chapas de alumínio para impressão gráfica e filmes para radiologia médica.
Sabino Arias, médico e industrial, nasceu em Porto Alegre, formou-se em Medicina na Universidade Federal do Rio Grade do Sul em 1938 e especializou-se em Cirurgia Geral na Argentina. De volta ao Brasil estabeleceu-se em Passo Fundo (RS), onde realizou 18.000 cirurgias. Em 1964 deixou a medicina,  mudou-se para o Rio de Janeiro e iniciou a carreira de empresário. Apesar de não mais exercer a medicina, continuava um estudioso, chegando a formar uma pequena biblioteca sobre genética. A paixão pela leitura e por se manter atualizado fez com que aprendesse a usar IPAD aos 94 anos para poder ler os jornais de todo o mundo, pois falava fluentemente 5 idiomas.  Presença marcante por onde passou, foi Cidadão Honorário de Passo Fundo (RS), Primavera do Leste (MT) e Duque de Caxias (RJ) além de ter recebido inúmeras homenagens no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Argentina, Estados Unidos e Bélgica, onde recebeu o título de Comendador e foi nomeado Chevallier du Roi de L’Ordre de Leopold II. Sua atuação junto ao MEC foi decisiva para a criação da Universidade de Passo Fundo, foi Membro da Academia de Medicina cujo centro acadêmico leva seu nome, foi Catedrático Honoris Causa da Universidade, e foi laureado com o Prêmio Nicolau Vergueiro pela Academia Gaúcha de Medicina. Em fevereiro do ano passado teve diagnosticado um câncer de pulmão e mesmo em tratamento continuou a trabalhar de segunda a sábado, 8 horas por dia, até o mês de julho, quando foi fazer um novo tratamento nos Estados Unidos. Ele faleceu dia 22 de dezembro no Rio de Janeiro. Por ter sempre primado pela discrição e simplicidade, foi cremado em cerimônia íntima, deixou esposa, 3 filhos e 6 netos.