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Cami Cardoso / Portal de Prefeitura
O Governo de São Paulo reduziu os recursos destinados ao combate ao crime organizado. Segundo a proposta orçamentária para 2026, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) prevê uma verba de R$ 325,8 milhões para ações de combate direto, valor que corresponde a menos da metade dos R$ 666,4 milhões reservados para este ano.
Apesar da redução, a meta permanece a mesma: aquisição de mais de 60 mil veículos, armamentos e equipamentos. A proposta ainda será discutida pelos deputados estaduais e deverá ser votada pela Casa em dezembro.
Mesmo com o corte, a proposta prevê destinar R$ 21,2 bilhões à segurança pública em 2026, valor 3% maior que o orçamento deste ano.
O projeto chama atenção principalmente pelo momento de tensão que o estado enfrenta. Há pouco menos de um mês, o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros em Praia Grande, e a autoria do crime está sendo atribuída ao PCC. Vale relembrar também a morte do delator Vinícius Gritzbach, executado dentro do Aeroporto de Guarulhos.
Ao ser procurada, a Secretaria de Segurança Pública garantiu que a repressão às facções e ao crime organizado continua sendo prioridade da gestão e informou que a segurança ainda poderá receber recursos extras por meio de emendas parlamentares e convênios federais.
Assassinato de Ruy Ferraz Fontes
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto a tiros na tarde desta segunda-feira (15) durante um ataque violento na cidade de Praia Grande, no litoral paulista.
Imagens de câmeras de segurança capturaram o momento em que Fontes, em um carro, tentou fugir de criminosos armados, mas acabou colidindo contra um ônibus. Logo após, três homens fortemente armados com fuzis desceram de um segundo veículo e atiraram contra ele, causando sua morte no local.
Ruy Ferraz Fontes destacou-se no início dos anos 2000 quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), sendo o primeiro delegado a investigar a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, uma das maiores facções criminosas do país.
Graduado em Direito e pós-graduado em Direito Civil pela Faculdade de São Bernardo do Campo, Fontes iniciou sua carreira como delegado titular em Taguaí. Atuou em unidades especializadas como o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Em 2023, Ruy Ferraz Fontes assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande, cargo que ocupava na atual gestão municipal iniciada em 2025.
A morte de Fontes gerou grande comoção no meio policial e político, dada sua trajetória dedicada ao combate ao crime organizado e à segurança pública. As investigações sobre o ataque estão em andamento pelas autoridades locais.
