O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) fez um apelo ao Senado, durante reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), para que aja frente aos supostos desmandos do Judiciário. Na fala, Pivetta afirmou que é necessário 'retomar a normalidade' no país e enfatizou que os senadores são os únicos com competência para investigar eventuais abusos cometidos por magistrados.
Na prática, o discurso foi alinhado à direita que endossa o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por relatar os processos relativos aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e à tentativa de golpe de Estado que tem, segundo acusação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um de seus protagonistas. Mais recentemente, o 'mito' da direita foi colocado em prisão domiciliar por decisão de Moraes devido à participação por vídeochamada nas manifestações 'Reaja Brasil' no último domingo, 3 de agosto, o que levou a uma escalada das reações dos políticos ligados à direita em todo país.
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"A Assembleia Legislativa é uma arena política. O Poder Legislativo em suas três esferas são uma arena política. Os legítimos representantes do povo. Aqui se faz política, aqui se dialoga, aqui se faz leis e se fiscaliza o cumprimento das leis. Se fiscaliza o Executivo, questiona o Executivo quando tem dúvida. Vejo aqui o ex-senador Antero Paes de Barros, grande senador, combativo, lembro-me bem que lá pelos anos de 2005 e 2006 ele fazia o bom combate questionando o Poder Judiciário, inclusive, quando tinha abuso de poder e o Legislativo é isso, representar o povo, não permitir abusos, não permitir ou, no mínimo, se levantar para mitigar um conflito tão grande como tem hoje no país e não vemos o Senado fazer nada", disparou Pivetta.
Pivetta, o governador Mauro Mendes (UB) e o grupo político ligado a eles têm reforçado cada vez mais o posicionamento à direita com aproximação direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro que chegou a abençoar pessoalmente a candidatura de Mendes ao Senado. Otaviano, que quer suceder Mauro na cadeira do Paiaguás, também engrossou o discurso e afirmou, inclusive, que há consenso sobre o caráter 'duvidoso' das decisões de Moraes.
"Há muita dúvida sobre as decisões do poder Judiciário, há consenso inclusive, pelos maiores juristas do Brasil, e o Senado não faz nada, sendo que é o único órgão competente para, se necessário, investigar o Judiciário. Nenhum poder está acima da lei. Precisamos retomar a normalidade no Brasil. Nós precisamos devolver ao povo brasileiro a razão, a lógica. Nós precisamos servir ao povo brasileiro, esse é o papel de todo político e é papel também de todos os servidores, inclusive o Judiciário", finalizou.
