Sexta-feira, 13 de Junho de 2025
icon-weather
DÓLAR R$ 5,54 | EURO R$ 6,40

13 de Junho de2025


Área Restrita

Política Quarta-feira, 11 de Junho de 2025, 10:38 - A | A

Quarta-feira, 11 de Junho de 2025, 10h:38 - A | A

Financiamento para o Agronegócio

Motta defende discutir despesas obrigatórias e diz que País caminha para ingovernabilidade completa

Presidente da Câmara também defendeu isenção de títulos que servem como fonte de financiamento para o agronegócio e para o setor imobiliário

Victor Ohana
Terra

Foto-Republicanos

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a defender a revisão das despesas obrigatórias como "dever de casa fiscal", ao comentar a reação ruim dos setores produtivos às propostas do Ministério da Fazenda de estabelecer mudanças na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

As declarações ocorreram a uma plateia de cerca de 300 empresários no 2º Brasília Summit, evento promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), nesta quarta-feira, 11, na capital federal.

Motta disse esperar que o governo apresente ainda nesta semana um pacote alternativo às propostas sobre o IOF e afirmou que o Congresso Nacional não permitiria o aumento de tributos como solução fiscal, o que chamou de "medida equivocada".

O presidente da Câmara disse que o Congresso apoiou o governo em mais de um projeto para aumentar a arrecadação, mas cobrou a discussão sobre as despesas.

"Já passou da hora de discutir despesas obrigatórias", afirmou. "O Brasil caminha para a ingovernabilidade completa para quem quer que venha a ser presidente".

Reação ruim
O presidente da Câmara afirmou que comunicou à equipe econômica do governo federal sobre a "reação ruim" de setores do Congresso Nacional às mudanças pré-anunciadas no IOF e defendeu a isenção de títulos que servem como fonte de financiamento para o agronegócio e para o setor imobiliário.

"Eu já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter uma reação muito ruim, não só dentro do Congresso, como também do empresariado", disse Motta. Ele continuou: "Quando você parte para trazer taxação de títulos que eram isentos e que ajudam a fomentar o agronegócio e o setor imobiliário, é claro que esses setores irão reagir, porque esses títulos têm sido, na verdade, a grande fonte financiamento num cenário de juros elevadíssimos que temos hoje em nosso País".

O presidente da Câmara acrescentou: "Temos que entender que apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha a trazer aumento de tributos, aumento de impostos, sem o governo apresentar o mínimo dever de casa no ponto de vista do corte de gastos, isso não será bem recebido nem pelo setor produtivo nem pelo Legislativo".

Motta disse que o Congresso tem sido "âncora de responsabilidade na independência entre os Poderes" e que tem ajudado para que não haja decisões prejudiciais ao País, independentemente de quem esteja no Executivo. O deputado afirmou ter sido "voz única" no início do ano com o governo para adotar medidas fiscais estruturantes, mas que agora vê oportunidade para instaurar a discussão.

"Chegou o momento de enfrentar temas estruturantes", afirmou Motta. Na ocasião, o parlamentar defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários que, segundo ele, estão em "nível de insuportabilidade", e afirmou ser necessário aferir a eficácia dos benefícios concedidos e o atendimento às contrapartidas para o Estado.

O presidente da Câmara também disse que o tema do gasto primário deve entrar na agenda do Congresso nos próximos dias, porque para ele, devido ao crescimento de despesas, o Brasil tem tido a necessidade de aumentar a arrecadação sucessivas vezes.

Além disso, Motta defendeu a reforma administrativa. No evento, o presidente da Câmara saudou o relator do grupo de trabalho sobre o tema, Pedro Paulo (PSD-RJ), na "importante tarefa de propor" a reforma. Segundo o deputado paraibano, até o início de julho deve haver um cardápio de propostas da reforma administrativa para "colocar um novo modelo de Estado, mais eficiente e que desperdice menos".

"Quando saímos da zona de conforto, soluções aparecem, pois cada um dá sua cota de participação", disse. Motta também cobrou participação do governo e pediu ajuda da sociedade civil na tarefa, em ano pré-eleitoral. "Essa agenda ficaria perto da perfeição se o governo topasse dever de casa fiscal. Não há como construir reformas estruturantes se a sociedade não nos apoiar", afirmou.

 

 

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]