O governador Mauro Mendes (União Brasil) citou a disputa nos bastidores pelo espólio político do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) que ainda tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o tornou inelegível. Mauro acentuou que o ex-presidente tem uma capacidade de transferências de votos comprovada por meio de pesquisas, sendo um cabo eleitoral decisivo para as majoritárias. Por outro lado, Mauro pontuou que o presidente Lula (PT) "não está morto" e tem em seu benefício a "máquina" do governo federal. Segundo ele, Lula articula nesse mais de um ano e meio de mandato, o presidente pode virar o jogo por meio dos "mecanismos" que tem à sua disposição.
"Vamos torcer para que haja uma definição clara. Concordo que o Lula não está morto. O governo é muito forte, tem mecanismos que podem estar sendo planejados para os próximos meses, não vou dar dica para ninguém, mas eu saberia o que fazer", disparou o governador à Jovem Pan News.
O governo é muito forte, tem mecanismos que podem estar sendo planejados para os próximos meses
A esquerda viveu situação semelhante a de Lula no "caso do triplex", quando o presidente estava preso e as articulações para as eleições se intensificavam. Com Bolsonaro o cenário é mais delicado e, devido às implicações políticas e de saúde, a candidatura corre o risco de não ser oficializada. Mas o ex-presidente se mantém como pré-candidato, refutando qualquer recuo, reforçou Mendes.
"Ninguém sabe como o presidente Bolsonaro vai agir, como vai interagir até o próximo ano. Ele está sendo muito firme dizendo que não abre mão da candidatura, com declarações cheias de frases de efeito. Ele é o maior líder da direita, ninguém tem dúvida disso, tem um papel importante na política brasileira nos últimos anos, isso também é fato. Ele vai levar isso e vamos ver como será essa possível mudança de postura dele", falou o governador.
Tem muita gente disputando esse espólio, essa herança porque, além de ser o mais importante da direita, ele é o mais importante cabo eleitoral
BRIGA DE GIGANTES
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), ex-ministro de Transportes da gestão Bolsonaro, é uma das alternativas da direita, caso Jair não disputa à presidência. A ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, também é ventilada como "plano B".
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), que oficializou sua pré-candidatura busca aproximação com Jair. Em 2024, antes da campanha às eleições municipais, Jair chegou a anunciar apoio a Caiado, mas voltou atrás e passou a se colocar como único candidato do PL para garantir que o nome ao Palácio do Planalto saísse do núcleo duro da extrema-direita.
"A gente percebe que tem muita gente disputando esse espólio, essa herança porque, além de ser o mais importante da direita, ele é o mais importante cabo eleitoral. Ele chegar e disser que será Mauro Mendes, pode bater 30% da intenção de votos. Se falar que é o Tarcisio já bate 40%. Se falar que é esse ou aquele tem uma boa capacidade de transferir votos, coisa que é muito difícil. Ele e é um dos poucos políticos com essa capacidade de transferência medida em pesquisa", encerrou Mendes.