O senador Jayme Campos (UB) voltou a se manifestar contra a existência do Fundo Partidário, que recebe R$ 5,5 bilhões do Orçamento público. Foi duramente debate esta semana sobre o assunto com outros parlamentares, a partir da tribuna do Senado: “É muito dinheiro, gente! Infelizmente, as regras são, em tese, claras; por outro lado, há excesso de subterfúgios que fazem para muitos que fazem partido no Brasil” – disse.
Ao defender o fim do fundo partidário, Jayme Campos ressaltou que quem quiser ser candidato “que dê seus pulos” porque “a arte da política é o diálogo, é o entendimento, é a fala, o convencimento, sobretudo de propostas, que o eleitor assimila muito bem”. Campanha só com o dinheiro público – enfatizou o senador – significa buscar uma eleição com “o fruto do suor de milhões de brasileiros que trabalham 24 horas por dia, alguns chegam a trabalhar 16 horas, 17 horas”.
Com efeito, Jayme denunciou a existência de partido controlado por família, sendo que “o pai é o presidente, a mãe vice-presidente, o tesoureiro é o irmão e etc., etc...”. Essa prática, segundo ele, transformou os partidos políticos em “um verdadeiro balcão de negócios” no Brasil. “Nós temos que acabar com isso. Não é possível, com essa carga tributária pesada, que pesa na classe trabalhadora, no setor produtivo – frisou.
O senador destacou também que muitas candidaturas são fabricadas apenas para cumprir a legislação. “Eles vão lá e pegam, às vezes, uma senhora que não sabe nem por que motivo, qual a razão de ela estar na chapa como candidata” - ressaltou. Ele contou um fato ocorrido em Mato Grosso, envolvendo uma candidata, que recebeu os recursos do fundo:
“Ela, então, perguntou para o pessoal do partido lá – são pessoas humildes: "O que eu posso fazer com esse dinheiro?". Falaram: "Pode fazer quase tudo". Ela foi e pagou a conta do cachorro que tinha sido tratado em uma clínica veterinária. Ela foi lá e pagou em dinheiro. Isso não é lenda, isso é real. Ela pagou a conta do tratamento do cachorro que ela tinha. Aí, ela perguntou: "Como é que eu vou prestar conta?". "A senhora tem que devolver o dinheiro”. E arrematou: Nós temos que fazer um freio de arrumação. Chegou um momento em que a sociedade não suporta mais essa prática.
Campos também se disse contra ao aumento do número de vagas de deputados federais, cujo projeto encontra-se em curso no Congresso Nacional. Ele criticou a forma como está sendo interpretada a legislação. Caso aprovada, Mato Grosso poderá aumentar a bancada com mais dois deputados. “Isso é um escárnio, né? Isso é um escárnio” – disse.
Jayme Campos disse ter “convicção quase absoluta” de que o desta Casa, não vai ser aprovada. Eu particularmente já quero declarar meu voto: eu sou contra” – disse o senador mato-grossense, ao lamentar a decisão da Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei Complementar 177/23, é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ).