A ex-vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), reconheceu o momento delicado do governo Lula com baixa na popularidade do presidente, mas demonstrou esperança quanto a reeleição em 2026.
Edna citou a pesquisa Genial/Quaest, divulgada em abril deste ano, em que Lula aparece como vitorioso em um eventual segundo turno contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO); e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
"Mesmo com uma suposta baixa de popularidade do governo Lula, também temos uma pesquisa que mostra que entre todos os candidatos postos, Lula é o único que venceria e venceria com folga todos os outros candidatos. Está aí uma espécie de crítica da população, mas ao mesmo tempo uma percepção que Lula ainda é e vai ser o favorito nas eleições do próximo ano", afirmou a ex-vereadora.
"Está aí uma espécie de crítica da população", diz Edna sobre a rejeição a Lula
Porém, o cenário citado por Edna antecede o "escândalo no INSS" que complicou a imagem do governo federal. Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta sexta-feira (13) atualizou a avaliação de Lula. O levantamento mostra que 43% dos brasileiros avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo e apenas 25% como bom ou ótimo. Outros 29% consideram o governo Lula como regular e 2% não sabem ou não responderam.
CENTRO-OESTE COM REJEIÇÃO MAIS ALTA
Entre as regiões do país, a reprovação a Lula é mais alta no Norte/Centro Oeste, onde para 50% da população a gestão do petista é o ruim ou péssima. No Nordeste, a rejeição é de apenas 31%. No Sul, 48%. E no Sudeste 47%.
Camila Ribeiro/HNT

A resistência a Lula no Centro Oeste foi sentida nas eleições 2022. Embora o presidente tenha derrotado Bolsonaro, os mato-grossenses não deram vitória a Lula. A maior parte dos eleitores fez justiça a fama do estado ser conservador, votando em massa em Jair.
GUERRA NAS REDES SOCIAIS
Edna Sampaio atribui às redes sociais o papel de descontruir a imagem positiva de Lula. A ex-vereadora ressaltou que as big-techs que comandam as plataformas são administradas por conservadores, como o multibilionário Elon Musk que ficou ao lado do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, durante a campanha. Segundo ela é uma "ingenuidade" da esquerda pensar que dominará esse campo de batalha.
"É uma ingenuidade nossa achar que podemos dominar essa ferramenta e dominando essa ferramenta a gente consiga reverter (o cenário). Essa ferramenta é baseada em uma coisa chamada algoritmo e é produzida pelos que querem uma dominação da extrema-direita nos espaços de poder, não apenas no Brasil", disparou Edna.
Fica difícil para qualquer governo se defender enquanto a regulamentação das plataformas digitais é recusada
"É importante a gente usar essas ferramentas? É importante. Mas isso, jamais, vai ser um instrumento de combate à extrema-direita. Porque essa ferramenta é da extrema-direita, os donos dessas ferramentas são da extrema-direita", emendou a petista.
De acordo com a ex-vereadora, é por isso que Lula deve acelerar a regulamentação das redes sociais, para conter a disseminação de fake news. Edna usou como exemplo o "escândalo no INSS" - que ajudou a derrubar a popularidade de Lula. Ela observou que o governo do PT que abriu as portas para a investigação ser feita no órgão, dando visibilidade ao roubo nas aposentadorias, mas a narrativa disseminada pela direita é o oposto.
"Temos uma oposição fora dos marcos civilizatórios. As pessoas da extrema-direita estão fazendo oposição ao governo e produzem as fake news. Não tem um parâmetro ético e fica difícil para qualquer governo, em qualquer lugar do mundo se defender contra as fakes news no momento em que a regulamentação das plataformas digitais, das big-techs, é recusada por um Congresso que é um dos mais conservadores da história", finalizou Edna.
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