O debate sobre a regulamentação das redes sociais ganhou força nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal de Cuiabá e foi divergente entre os vereadores Coronel Dias (Cidadania) e Rafael Ranalli (PL). Ambos foram questionados após a repercussão do vídeo do youtuber Felca, que expôs influenciadores utilizando imagens de crianças de forma abusiva e revelou como o algoritmo dessas plataformas pode direcionar esse tipo de conteúdo para pedófilos. Publicado no fim de semana, o material viralizou e ultrapassou 29 milhões de visualizações em poucos dias.
Coronel Dias defendeu a necessidade de regulamentar as plataformas digitais como forma de proteger crianças e adolescentes de exploração sexual online. Segundo ele, empresas que administram redes sociais têm responsabilidade ética e deveriam agir preventivamente, mas, diante da omissão, ele admitiu que a regulação pode se tornar necessária.
A instituição tem que parar com a questão ideológica para discutir isso seriamente. Vamos sair da discussão e enxergar o que é importante, que é proteger as nossas crianças”, afirmou. Para o parlamentar, o assunto precisa ser tratado como prioridade, acima de disputas políticas. “Se surfar a onda é alcançar o objetivo de proteger as crianças, então você tem que surfar a onda”, completou.
Já Rafael Ranalli (PL) mantém posição contrária à regulamentação das redes sociais. Embora reconheça a gravidade do problema, ele defende o endurecimento das punições para quem utiliza as plataformas para sexualizar ou adultizar menores, sem criar novas regras para o funcionamento das empresas.
“Tem que tomar muito cuidado, porque eu acho que o cuidado com as nossas crianças e com a infância está acima de direita e esquerda. Utilizar, adultizar e sexualizar a criança é errado, independente de pauta. Acho que dá para a gente ter uma conversa paralela de aumentar a punição, que é o que eu estou propondo, para quem vincular esse tipo de conteúdo”, disse.
Ranalli também criticou setores da esquerda que, segundo ele, querem “ressuscitar” o projeto de regulamentação das redes. Para o vereador, a prioridade deve ser criar mecanismos que responsabilizem diretamente os autores de abusos, preservando a liberdade de expressão e a livre iniciativa das plataformas.
O contraste entre as posições dos dois parlamentares reflete o embate nacional sobre o tema, que opõe defensores da regulação a críticos que temem prejuízos à liberdade de expressão.
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