Alvo de busca e apreensão nas operações que investigam fraudes no setor de combustível envolvendo fundos de investimento da Faria Lima e postos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Gabriel Cepeda Gonçalves doou R$ 10 mil para a campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo em 2024.
O empresário e influenciador ficou em terceiro lugar no pleito, vencido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Segundo a investigação da Operação Carbono Oculto, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) na última quinta-feira (28/8), Gabriel Cepeda Gonçalves aparece como dono de 23 postos de combustíveis, vinculados à Rede Boxter, suspeita de ligação com a facção criminosa paulista. No mesmo dia, ele também foi alvo de operação da Polícia Federal (PF).
Integrantes da família Cepeda Gonçalves são investigados por usar uma rede de laranjas para lavagem de dinheiro. Em outra operação da PF, chamada Rei do Crime, o pai e o irmão de Gabriel foram presos — eles aparecem como donos de empresas da Rede Boxter e suspeitos de organização criminosa.
Segundo se apurou, a rede de postos de combustíveis de propriedade da família Cepeda seria utilizada para a lavagem de valores oriundos do tráfico de drogas”, afirma a PF.
Além da doação para Marçal em 2024, Gabriel Cepeda Gonçalves também doou R$ 9 mil para o diretório do Republicanos de Guarulhos, na Grande São Paulo. Na ocasião, o deputado estadual Jorge Wilson, “o Xerife do consumidor”, que já foi líder do governo de Tarcísio de Freitas na Assembleia Legislativa (Alesp), concorreu à prefeitura local pelo partido que recebeu a doação.
Ao Metrópoles Jorge Wilson afirmou que “todas as doações ao diretório são legais e estão transparentes” e que “não há como saber sobre a vida particular de cada doador”. A reportagem contatou Pablo Marçal, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto. A defesa de Gabriel Cepeda Gonçalves não foi localizada.