O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que a voz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não será silenciada mesmo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determine sua prisão. Após classificar o pacote de cautelares de Moraes a Jair como um excesso, Abilio apontou a ressonância das sanções no Congresso. O prefeito acredita que haverá uma escala da tensão entre os deputados federais e senadores da direita com os parlamentares da esquerda.
LEIA MAIS: Defesa de Bolsonaro diz que recebe cautelares com 'surpresa e indignação'
"A voz do Bolsonaro não será silenciada ainda que o prendam. Isso pode ter certeza. Ainda que alguém o prenda não vai silenciar a voz e o posicionamento político dele, muito pelo contrário. Vão aumentar as tensões no Congresso", falou Abilio à imprensa nesta sexta-feira (18).
O prefeito também alfinetou o presidente Lula (PT), mencionando a Venezuela - 'país-irmão' do Brasil que tem Nicolás Maduro Moros à frente da presidência, liderança com quem Lula mantém relações políticas. Abilio ressaltou o "caos" social que país atravessa que reflete em um grande volume de refugiados que buscam o Brasil para recomeçar.
"A ressonância disso está muito afora, vai se ampliando. Esse tipo de decisão que aconteceu na Venezuela só levou a um caos muito maior para aquele povo, tanto é que se vê a quantidade de pessoas que vêm como refugiados. Não é bom pra economia, política e instabilidade jurídica", disparou o prefeito.
PROCESSO DO 'GOLPE'
Jair Bolsonaro é investigado pelo STF por, supostamente, articular uma tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), mandados de busca e apreensão na casa de Jair, no Jardim Botânico, em Brasília, e na sede do PL. Além de usar a tornozeleira, Jair terá de permanecer em casa entre 19h e 7h, está proibido de usar redes sociais e manter contato com demais investigados.
É a primeira vez que um ex-presidente é penalizado com cauteladres antes da condenação ser expedida pelo Judiciário. O país tem na história outros dois ex-presidentes presos: Lula (PT) e o ex-senador Fernando Collor.
