O tenente Albuquerque da Polícia Militar que atirou diversas vezes em um homem após uma briga de trânsito, na sexta-feira (19) possui histórico de violência, ficou em silêncio durante o depoimento e chegou registrar um boletim de ocorrência falso, simulando um furto do veículo, para esconder a tentiva de homicídio. As revelações foram feitas pelo delegado Caio Albuquerque durante coletiva a imprensa na manhã deste sábado (27).
Segundo o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o oficial não apenas tentou matar um motorista de aplicativo após uma briga de trânsito, como também montou uma farsa jurídica, registrando um boletim de ocorrência falso de furto para tentar se eximir da responsabilidade.
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O crime ocorreu na sexta-feira (19) de dezembro, próximo ao Shopping Goiabeiras. Caio Albuquerque conta que a confusão começou quando o Tenente, conduzindo um veículo Jetta, colidiu na traseira do carro do motorista de aplicativo.
Para tentar escapar do flagrante, o Tenente e sua esposa, em nome de quem o veículo está registrado, acionaram o Ciosp e registraram um boletim de ocorrência alegando que o Jetta havia sido furtado horas antes do crime. Entretanto, a DHPP desmoronou a tese com imagens de câmeras de segurança.
O vídeo mostra o próprio Tenente Albuquerque entrando com o veículo em um posto de combustível na Avenida Dubai uma hora após os disparos. Ele aparece tranquilamente na conveniência do local, provando que o carro nunca esteve sob posse de bandidos. No momento do crime, o delegado a firma que a vítima tentou conversar após ser atingido na traseira, mas o militar passou à frente do veículo, engatou a marcha ré e colidiu conta a frente do carro de aplicativo por diversas vezes. Toda a ação foi filmada pela vítima. Ao chegarem em um cruzamento no bairro Duque de Caxias, o Tenente desceu do carro e, sem dizer uma palavra, efetuou vários disparos contra o para-brisa e a traseira do veículo da vítima.
VÍTIMA SOBREVIVEU POR "MILAGRE"
O delegado destacou a brutalidade do ataque. O motorista de aplicativo foi atingido por um tiro que perfurou a região posterior da cabeça e, por milímetros, não atingiu o cérebro. Outro disparo atingiu a coxa, quase rompendo uma veia de grosso calibre, o que seria fatal.
As investigações revelaram pontos ainda mais sensíveis, uma vez que o Tenente estaria com seu porte de arma suspenso pela corporação e não deveria estar armado.
Os disparos foram feitos com uma pistola calibre .380, que não pertence à carga oficial da Polícia Militar. A arma ainda não foi localizada.
O oficial já possui registros anteriores de agressividade e violência, tendo sido afastado no início do ano por outro episódio de conduta irregular.
O Tenente Albuquerque teve a prisão temporária de 30 dias decretada. Ele responderá por homicídio qualificado tentado, por motivo fútil e emboscada, comunicação falsa de crime, por simular o furto, fraude processual, por tentar enganar as investigações e adulteração de sinal identificador, uma vez que o carro foi localizado sem as placas.
A esposa do militar também foi alvo de mandado de busca e apreensão e sua participação na farsa do registro de furto está sendo investigada, pois o veículo está registrado em nome dela. O oficial está custodiado na sede da ROTAM.
VEJA VÍDEO:
