O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Mato Grosso (Sindsppen-MT) emitiu uma nota questionando o relatório da inspeção realizada na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como Ferrugem. Para a entidade, os agentes penais também deveriam ter sido ouvidos.
“Observa-se que o documento se baseia majoritariamente em depoimentos de pessoas privadas de liberdade, em sua maioria vinculadas a facções criminosas”, afirma a nota.
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Conforme o sindicato, os presos de alas voltadas ao trabalho e grupos religiosos não tiveram o mesmo espaço de fala, assim como os policiais penais.
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“É alarmante que nenhum policial penal tenha sido ouvido para apresentar o contraponto ou esclarecer as circunstâncias dos fatos narrados, sendo ele representante do Estado dentro da unidade”, prossegue o posicionamento.
Com relação às acusações de que os detentos estariam sendo torturados, o sindicato diz que o que um detento classifica como agressão é na verdade “uso progressivo da força”.
O sindicato afirma não compactuar com ilegalidades, mas que defende o contraditório. Afirmou que durante a inspeção, o sindicato acompanhou os trabalhos e vai emitir relatório técnico próprio para confrontar os fatos apontados.
Por fim, o sindicato diz ser “lamentável” que as falas dos presos ganhem “tamanha ressonância” em detrimento do “trabalho árduo dos policiais penais”.
“É fundamental que as denúncias sejam acompanhadas de evidências concretas, evitando que julgamentos precipitados comprometam a imagem de toda uma categoria antes que o devido processo legal seja concluído”, conclui a nota.
DENÚNCIAS
De acordo com o relatório, foi verificado um "cenário de violência generalizada" nos Raios 6 e 7, onde os presos tinham marcas visíveis de disparos de balas de borracha e relataram agressões físicas e psicológicas.
Também foi verificado que é comum o uso de bombas de gás e agressões verbais e psicológicas dentro da unidade, com disparos sendo realizados nos corredores e até dentro das celas. Cães de grande porte, treinados para atacar, eram usados contra os detentos, que chegavam a ser mordidos pelos animais.
O relatório já havia citado que até mesmo o juiz e o promotor que acompanhavam o caso estavam no alvo daquilo que o relatório descreve como “poder paralelo”.















