Vanessa Ortiz
Terra
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Foto-Facebook
Uma segunda perna humana e um pé foram encontrados, na tarde deste domingo, 7, na orla do Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ao Terra, a Polícia Civil informou que suspeita que seja da mesma vítima que teve restos mortais deixados na mala localizada na rodoviária da capital gaúcha e em outras regiões da cidade.
O encontro ocorreu por volta das 15h, próximo ao Shopping Pontal, Zona Sul do município. Os investigadores, em uma avaliação preliminar, acreditam que existe chance considerável de ser da mesma vítima de Ricardo Jardim, um publicitário de 65 anos, suspeito de matar e esquartejar a namorada. Ele foi preso preventivamente na manhã de sexta-feira, 5.
Ainda segundo a Polícia, a perícia foi realizada no local e, agora, o DNA será confrontado com os demais restos mortais encontrados anteriormente. No sábado, 6, outra perna humana foi encontrada na areia da orla de Ipanema, também na zona sul.
“Possivelmente seja da mesma vítima do caso da mala da rodoviária em Porto Alegre. Agora, nós vamos seguir os trâmites oficiais de solicitação de perícias e aguardar os resultados, contudo, segundo as avaliações dos nossos investigadores, existe chance considerável de que essa perna seja da mesma vítima”, afirmou à reportagem Mario Souza, Diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa do Rio Grande do Sul.
Até o momento, a cabeça da vítima ainda não foi localizada pela autoridades. O caso segue em investigação.
Dinâmica do crime
A mulher, que não teve a identidade revelada, foi morta no dia 9 de agosto. O delegado aponta que o suspeito abandonou as partes dos corpos em dias e locais diferentes, e deixou pistas falsas à polícia. Além disso, ele também fez denúncias falsas, numa tentativa de “controlar os passos” das autoridades.
A polícia explica a dinâmica em atos: no primeiro, ele abandona os braços, sem as mãos, e as pernas dentro de sacos de lixo em uma rua do bairro Santo Antônio, na capital do Estado, em um lugar ermo, no dia 13. Uma semana depois, no dia 20 de agosto, ele vai até a rodoviária de Porto Alegre, um local muito movimentado e com câmeras, onde deixa a mala com o tronco da namorada.
A princípio, a motivação do crime foi financeira, já que ele utilizou os cartões de crédito da vítima, tentando movimentar a conta bancária dela. No local onde ele foi preso, as autoridades apreenderam celulares, sendo um deles da vítima, um notebook, documentos falsos, cartões de crédito da vítima e roupas que ele usou quando abandonou a mala na rodoviária. Os policiais destacaram que Jardim é “frio”.
Condenado por matar e concretar a mãe
Este não é o primeiro crime violento atribuído a Ricardo. Em 2015, ele matou a própria mãe e ocultou o corpo em um armário, onde a concretou. Condenado a 28 anos de prisão em 2018, cumpriu parte da pena em regime fechado, mas progrediu ao semiaberto em janeiro de 2024.
Por falta de tornozeleiras eletrônicas, foi transferido para a prisão domiciliar. Em abril do mesmo ano, deixou de se apresentar às autoridades e foi declarado foragido.O mandado de prisão que determinava seu retorno ao regime fechado só foi expedido em fevereiro de 2025, meses antes do feminicídio.
Fonte: Redação Terra