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Lavagem de dinheiro e pagamento de propina.

Quem é Anderson de Oliveira, lobista preso por venda de decisões judiciais no Mato Grosso

Empresário tem R$ 113 milhões em aeronaves e 396 veículos, apesar de ter menos de 50 funcionários

Redação Terra

Foto-G1-Globo.com

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como intermediador no esquema de venda de sentenças, acumulou um patrimônio milionário antes de ser preso em novembro de 2024. Segundo a Polícia Federal, suas empresas concentram 396 veículos e quatro aeronaves, avaliados em R$ 113 milhões. O caso integra a investigação sobre a venda de decisões judiciais em tribunais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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A principal empresa de Andreson é a Florais Transporte. Ela possui 113 cavalos mecânicos, 48 reboques, 215 semirreboques e 20 veículos leves. O valor estimado é de R$ 97 milhões. O quadro funcional, porém, é reduzido: apenas 48 empregados. Para a PF, a discrepância entre frota e equipe aponta para indícios de lavagem de dinheiro e pagamento de propina.

Outro negócio é a Florais Táxi Aéreo, avaliado em R$ 16 milhões. A PF encontrou sinais de uso irregular das aeronaves. Há falta de seguro obrigatório, registros escassos de voos e até aviões sem operação. A hipótese é que as aeronaves tenham sido oferecidas a autoridades do Judiciário em troca de decisões favoráveis.

“Embora formalmente autorizada a atuar como táxi aéreo, a estrutura operacional e os registros disponíveis não demonstram compatibilidade com essa finalidade. O volume reduzido de voos, a ausência de movimentação de uma das aeronaves, a inexistência de seguro obrigatório (RETA) nas certidões de matrícula e a subutilização geral da frota indicam desvio de padrão esperado para a atividade”, diz o relatório da PF.

O nome do empresário apareceu nas operações Sisamnes e Ultima Ratio. Conversas obtidas pela PF indicam que ele aproximava advogados de desembargadores em Mato Grosso. Dois deles, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, foram afastados. Em Mato Grosso do Sul, cinco magistrados também perderam a função após a apuração.

Andreson levava uma vida discreta. Dono de empresas de transporte em vários estados, não mantinha presença em redes sociais. Em 2022, foi denunciado por violência doméstica, mas o processo foi arquivado no ano seguinte, após a vítima desistir de prosseguir.

A prisão ocorreu em novembro de 2024, em Cuiabá, no âmbito da Operação Sisamnes. O caso averigua crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. As investigações tiveram início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. Ele estava no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde março deste ano. 

Desde então, o lobista enfrenta problemas graves de saúde. Em 2020, passou por uma gastrectomia vertical com interposição ileal, cirurgia que compromete a absorção de nutrientes. Preso em Cuiabá, o empresário pediu à Justiça o direito a uma dieta especial. A Justiça deu autorização para refeições especiais, adequadas ao seu estado de saúde, a cada três dias.

A defesa alega que ele teve crises dentro da unidade, com o psicológico comprometido e perda de peso, devido a uma alimentação inadequada e falta de contato com a família.

Imagens de perícia mostraram Andreson em estado debilitado, com aparência esquelética. A Justiça autorizou em julho a troca da prisão preventiva por prisão domiciliar em Primavera do Leste, a 239 quilômetros de Cuiabá.

A investigação da PF está em fase final. O material foi enviado ao ministro Cristiano Zanin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Redação Terra

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