Um laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec-MT) aponta que o lençol apreendido na casa da estudante Larissa Karolina Silva Moreira durante a investigação sobre a morte e maus-tratos de gatos em Cuiabá pode conter sangue de origem animal. O documento, elaborado pela Diretoria Metropolitana de Laboratório Forense e obtido com exclusividade pelo HNT, descarta a presença de sangue humano no material.
O exame analisou um fragmento do lençol de cor rosa-alaranjado, apreendido em meados de junho no momento da prisão da jovem pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), que apresentava manchas pardo-avermelhadas, além de nove fios de cor castanha. Segundo o laudo, oito deles apresentam características típicas de pelo animal, enquanto apenas um não pôde ser identificado com clareza.
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Nos testes, o resultado foi positivo apenas no exame orientativo de sangue (Adler-Ascarelli), mas negativo para sangue humano no imunocromatográfico, considerado mais preciso. Isso indica que as manchas podem ser de sangue animal ou até mesmo de outras substâncias que geram falso positivo, como sais de ferro ou oxidases de cereais.
Sem DNA humano
A perícia também esclarece que, como não foi identificada a presença de sangue humano, não havia material suficiente para exame de DNA. Dessa forma, não foi possível obter perfil genético das amostras coletadas. A conclusão oficial é de que o tecido não contém sangue humano, mas pode apresentar sangue de origem animal ou substâncias interferentes.
O material permanece lacrado e sob guarda da Politec.
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O caso
A investigação tem como principal suspeita a estudante Larissa Karolina Silva Moreira, presa em 13 de junho pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), no bairro Porto, após denúncia de uma ONG de proteção animal.
Segundo a polícia, havia indícios de que um dos gatos adotados por ela teria sido morto e descartado em um terreno baldio próximo à residência.
Durante a ação, os agentes encontraram o lençol manchado, além de um filhote de cachorro, que foi resgatado. Rações para gatos também foram localizadas, mas nenhum felino foi encontrado.
No fim de julho, a Justiça concedeu habeas corpus à estudante, que passou a responder em liberdade, monitorada por tornozeleira eletrônica. Ela também deve cumprir medidas cautelares, como recolhimento noturno, comparecimento periódico em juízo e restrição de saída do município sem autorização.