O delegado Guilherme Bertoli detalhou ao HNT TV os momentos de horror sofridos pela adolescente Heloysa Alencastro, de 16 anos, até ser morta. O "calvário" da vítima durou cerca de três horas entre a invasão da casa da família no bairro Morada do Ouro II, em Cuiabá, e a sessão de espancamento. Bertoli destacou que Heloysa lutou pela vida enquanto os dois menores e Gustavo Benedito, de 18 anos, se revezavam entre socos e chutes. Os suspeitos chegaram a amarrar a adolescente para tentar contê-la, mas a menina, determinada a sobreviver, gritava e se debatia. O crime foi ordenado pelo então padrasto de Heloysa, Benedito Anunciação Santana, pai de Gustavo Benedito.
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"Até que um deles usou o cabo (do carregador de celular no pescoço de Heloysa) e um colocou a mão na boca dela para tentar (abafar os gritos). Ela foi submetida a uma violência intensa", relatou delegado.
Se fossem matar a Suellen, eles teriam de matar mais uma pessoa e, provavelmente, sairia de controle
Bertoli resume toda a ação do bando como uma vingança de Benedito. No dia 22 de abril, a mãe de Heloysa, Suellen Alencastro, teria sinalizado que romperia o relacionamento, iniciado na festa de fim de ano da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci-MT) onde ela é estagiária e o suspeito - exonerado após ser preso - atuava como gerente. Apaixonada, Suellen convidou Benedito para ir morar em sua casa. Porém, Heloysa não aprovava o namoro repentino. Gustavo também não, por isso, aceitou participar da trama por acreditar que se reaproximaria do pai que deixou a família para ficar com Suellen.
FORA DE CONTROLE
Benedito entrou em contato com o filho por volta das 10h no dia do crime. Ele enviou uma mensagem de visualização única para Gustavo afirmando que "queria se matar ou matar alguém", contou o delegado. A atitude sensibilizou Gustavo e o suspeito, sentindo que estava atingindo seu objetivo, continuou investindo. Ao meio-dia ele enviou uma nova mensagem, mais direto desta vez, chamando Gustavo para ajudá-lo a executar Heloysa e Suellen. "A ideia dele sempre foi executar as duas", asseverou Bertoli.
Reprodução

Heloysa Alencastro foi torturada por três horas até ser morta
Gustavo estava com dois amigos, menores de idade, que foram cooptados para a ação criminosa. As imagens de segurança registraram o momento que o grupo chegou, perto das 15h, e invadiu o imóvel. Suellen não estava na casa. O objetivo era rendê-la e finalizar o "serviço" ao guardar o carro. O que os suspeitos não esperavam é que ao entrar no imóvel, a ex-companheira do mandante chegaria com uma prima acompanhada do seu bebê.
"Se fossem matar a Suellen, eles teriam de matar mais uma pessoa e, provavelmente, sairia de controle", pontuou o delegado.
A essa altura, Heloysa já estava morta. Benedito determinou que a ex fosse espancada. A prima dela levou um tapa na cara e foi poupada por estar com o bebê. Ambas foram colocada em um cômodo em outra extremidade da casa para que o corpo de Heloysa fosse retirado do imóvel. O carro de Suellen foi usado para transportar a filha, sem vida, até o Ribeirão do Lipa onde Heloysa foi "desovada" em um poço.
A partir da prisão do 1º menor infrator, o assassinato brutal se revelou
MENOR APREENDIDO FOI "CHAVE" PARA DESVENDAR CRIME
O transporte do corpo ocorreu por volta das 18h. Vizinhos de Suellen, que ouviram os pedidos de socorro dela e Heloysa, foram até a casa quando os criminosos fugiram e ajudaram a mulher que foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Para não levantar suspeitas, Benedito a acompanhou. Mas a atitude do ex ainda assim chamou atenção e logo o crime que era tratado como roubo, ganhou um outro viés e, a partir da prisão do primeiro menor infrator, o assassinato brutal se revelou. O adolescente entregou Benedito, Gustavo e outro menor. Os quatro seguem presos.
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