Pouco antes de ser preso, o delegado da Polícia Federal Gustavo Stteel mostrou nas redes sociais que presenteou a noiva com um anel confeccionado pelo então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias.
Stteel marcou TH na publicação e ainda fez um agradecimento nos comentários: “Olha sua obra de arte”, escreveu o delegado na foto do casal durante o pedido de casamento em Bariloche, na Argentina.
Os dois estão entre os 15 presos em uma ação simultânea das polícias Federal e Civil, além do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual, na última quarta-feira (2), que mirou o braço financeiro e político acusado de favorecer o Comando Vermelho.
O grupo é acusado de crimes como tráfico internacional de drogas e armas, corrupção e lavagem de dinheiro. Nesta segunda-feira (8), TH e Stteel tiveram as prisões preventivas (sem prazo) mantidas pela Justiça Federal.
De acordo com a apuração dos agentes, o delegado da PF usou o cargo para acessar o sistema interno a fim de obter informações sigilosas a respeito de suposta investigação sobre o assessor de TH Joias, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, e o traficante conhecido com o “Índio do Lixão” — também presos na mesma operação.
A investigação também teve acesso a uma troca de mensagens entre o delegado e o assessor parlamentar. Na conversa, Stteel manifestou o interesse em ser cedido para a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O agente está na Polícia Federal há mais de 20 anos e, até a prisão, trabalhava no Aeroporto Internacional do Galeão, na zona norte do Rio.
Em 2008, ele já havia sido preso na operação Resplendor. A investigação apurou o envolvimento de policiais e empresários num esquema para viabilizar a entrada de combustíveis sem nota fiscal no Sul Fluminense.