Deflagrada para desarticular a facção criminosa Tropa do Castelar, que buscava, com apoio do Primeiro Comando da Capital (PCC), dominar o tráfico em Sorriso (a 420 km de Cuiabá) e na região médio-norte de Mato Grosso, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apresentou nesta quinta-feira (3) o resultado parcial da Operação Yang.
A operação cumpriu 27 ordens judiciais, 21 mandados de prisão e três de busca e apreensão e 11 prisões em Mato Grosso e outros estados como São Paulo, Paraná, Maranhão e Pará. Segundo o delegado Gustavo Belão, titular da GCCO, as investigações revelaram que a Tropa do Castelar tentava se fortalecer a partir de dissidentes expulsos do Comando Vermelho, buscando apoio do PCC para ampliar o controle de territórios e agravar os índices de violência no estado.
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“As prisões visam enfraquecer a facção e impedir o avanço de seus integrantes em Mato Grosso, que já estavam espalhados em diversos estados”, explicou Belão. Ele destacou que, nesta fase, não houve bloqueio de bens ou identificação de lavagem de dinheiro, pois a facção ainda estava em processo inicial de instalação no estado.
De acordo com o delegado Antenor Pimentel, a disputa por territórios motivava ataques entre facções rivais, com homicídios e atentados que aumentaram a criminalidade em cidades como Sorriso, Barra do Bugres, Peixoto de Azevedo, Cáceres e Rosário Oeste. “Em cada conflito, surgem oportunidades que as facções tentam aproveitar, mas a atuação integrada das forças de segurança tem evitado que consigam se estabelecer”, afirmou.
Pimentel explicou que dissidentes do Comando Vermelho, após serem expulsos ou “decretados” pelo tribunal do crime, recorriam ao PCC e à Tropa do Castelar para tentar retomar força e controlar pontos de tráfico. “Essas dissidências geram novos confrontos e impulsionam crimes graves, como homicídios e torturas, elevando a insegurança nas cidades”, pontuou.
O delegado Cláudio Alvares ressaltou que a Operação Yang é desdobramento direto do trabalho iniciado em Sorriso, que já havia resultado em mais de 100 prisões em 2023, com a Operação Recovery. “A prisão de hoje soma mais condenações aos criminosos por organização criminosa armada, além dos crimes de tráfico e homicídios que já respondem”, disse.
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam para localizar outros membros da Tropa do Castelar, que já foram identificados e estariam foragidos em estados como São Paulo, Maranhão, Paraná e Mato Grosso do Sul. As polícias civis desses estados trabalham em conjunto com a GCCO para prendê-los.