Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Sepulcro Caiado, na manhã desta quarta-feira (30), a Polícia Civil apreendeu carros importados, valores em dólares e euro, cheques, joias e uma moto-aquática nos 20 endereços alvos da ação policial, além de quantias de ouro.
A Operação Sepulcro Caiado investiga um esquema de inserção de dados falsos no sistema do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), permitindo a liberação de valores milionário em nome de golpistas.
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O ex-secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Cuiabá, na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), João Gustavo Ricci Volpato é apontado como líder do grupo. Atualmente, Volpato ocupa a posição de Gerente Regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mato Grosso. Ele foi indicado pelo deputado federal Emanuelzinho (MDB) e avalizado pelo Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Os policiais fizeram uma verdadeira devassa nas residências, que incluem casas em condomínios de alto padrão e apartamentos luxuosos.
Dentre os veículos apreendidos, estão modelos da Jeep, Volvo, Haval e BMW. Dispositivos eletrônicos dos alvos também foram recolhidos e passarão por perícia.
A Justiça ainda determinou o bloqueio e sequestro de bens em R$ 21 milhões, valor do desviado do TJMT. O caso veio à tona após uma vítima denunciar o crime.
O denunciante, que não terá o nome divulgado, tentou fazer uma compra em janeiro deste ano, mas teve sua conta bancária bloqueada judicialmente em R$ 17 mil, valor que não reconhecia dever.
Ao investigar, ele descobriu que estava listado como devedor em nove processos judiciais movidos por João Gustavo Ricci Volpato, com quitações de dívidas muito superiores aos valores originais e sem qualquer pagamento efetuado pela vítima.
O esquema envolvia a abertura de ações judiciais fraudulentas por meio de advogados que atuavam sem autorização dos supostos devedores.
Em processos que tratavam de dívidas antigas e de valores baixos, eram apresentados documentos falsos — comprovantes de depósitos judiciais que não existiram de fato.
A fraude foi agravada pela participação de servidores públicos do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, que inseriam dados falsificados no sistema judicial, criando a aparência de regularidade nas quitações.
Esses documentos falsos simulavam o pagamento das dívidas, o que permitia que valores milionários fossem liberados em nome dos golpistas — em especial ligados a João Gustavo Ricci Volpato e seus familiares.
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