A adolescente de 15 anos, moradora de Água Boa (a cerca de 630 km de Cuiabá), namorada do menor acusado de matar os pais e o irmão, em Itaperuna, interior do Rio de Janeiro, teve seu computador encaminhado para perícia no Rio de Janeiro. Em entrevista nesta segunda-feira (21), o delegado Guimarães detalhou o comportamento da jovem mato-grossense.
Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, responsável pelo caso na cidade fluminense, a jovem, que usava o codinome "John Wick" e se inspirava no personagem fictício de assassino de aluguel, teria participado ativamente do planejamento do crime, chegando a cogitar o canibalismo como forma de ocultar os corpos das vítimas.
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Conforme Guimarães, a adolescente teria discutido o consumo da carne humana dos familiares do namorado, Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos; Inaila Teixeira, de 37 anos; e o irmão de 3 anos, que foram mortos a tiros enquanto dormiam em 21 de junho. Porém, após as mortes brutais, o próprio menor, autor dos crimes, teria "improvisado" e levando os corpos dos familaires até a cisterna.
O delegado lembrou que, apesar de não demonstrar emoção ao depor no início de julho, a jovem carregava um ursinho de pelúcia, e não aceitou ser acompanhada pela mãe, que supostamente seria a próxima vítima do jovem casal.
O delegado também afirmou que foi a adolescente quem tomou a iniciativa de "mudar" o status do relacionamento com o jovem do Rio de Janeiro para namoro, mesmo sem nunca terem se encontrado pessoalmente. Ela o incitava, afirmando que precisava se relacionar com um "homem" e que ele seria essa pessoa escolhida.
Acredita-se que ela tenha instigado o menor a cometer o crime contra a família dele para, posteriormente, replicar a ação com a mãe dela. Além disso, a polícia investiga se a adolescente teria compartilhado suas intenções homicidas com outras pessoas.
Guimarães adianta que as autoridades esperam que a análise forense do computador traga mais detalhes sobre a participação da jovem e suas comunicações, elucidando completamente o que motivou e como foi planejado o crime.
O caso
A hipótese é de que a família foi assassinada depois de não autorizar a vinda do filho para Mato Grosso, onde iria conhecer a namorada virtual pessoalmente. Eles se relacionam há seis anos, depois de se conhecerem em através de um jogo online.
Três dias depois, o adolescente chegou a procurar a Delegacia de Polícia Civil junto da avó para registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dos pais. O menor inventou que os pais tinham saído para levar o irmão ao hospital e não aparecem mais.
Os corpos foram encontrados na cisterna da casa da família. Ele confessou os crimes e está internado no Rio de Janeiro. A namorada foi apreendida em Água Boa e transferida para o Complexo Pomeri, em Cuiabá.