Em um cenário de custos elevados e forte volatilidade nos preços dos grãos, a busca por alternativas ao milho ganha espaço na suinocultura. Estudos recentes indicam que o sorgo de baixo teor de taninos pode cumprir esse papel de forma eficiente, mantendo o desempenho produtivo dos animais e ampliando a rentabilidade dos sistemas de terminação. 

Um experimento conduzido em ambiente controlado avaliou o desempenho de suínos alimentados com dietas formuladas para terem o mesmo nível de energia e proteína, variando apenas a proporção de sorgo em substituição ao milho. Os resultados mostraram que dietas com alta inclusão de sorgo, chegando a 75% da formulação, proporcionaram maior peso final médio e maior ganho diário de peso quando comparadas à dieta tradicional à base de milho, sem prejuízos na qualidade de carcaça ou da carne.

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“Os híbridos modernos de sorgo de baixo teor de taninos eliminam os problemas históricos associados à digestibilidade e à palatabilidade. Hoje, o sorgo oferece um perfil energético e proteico comparável ao do milho, com claras vantagens agronômicas e econômicas”, explicou Julián Siri, gerente de Desenvolvimento de Produto da Advanta. 

Embora a conversão alimentar tenha sido ligeiramente inferior nas dietas com maior presença de sorgo, o maior peso de abate compensou essa diferença, confirmando que o cereal pode substituir o milho sem perdas de eficiência produtiva. Do ponto de vista econômico, o uso de sorgo em níveis elevados foi o que apresentou melhor margem, mesmo com um consumo total de ração um pouco maior.

O ganho financeiro foi favorecido pelo menor custo relativo do sorgo em relação ao milho, o que amplia seu potencial em momentos de instabilidade do mercado de grãos. Além disso, o sorgo apresenta vantagens agronômicas relevantes, como menor exigência hídrica, maior aporte de palhada ao solo e maior estabilidade produtiva em ambientes mais restritivos.