Por Flávia Macedo
A doença hoje conhecida como síndrome da murcha parece ter surgido recentemente na cana, mas a verdade é que, segundo especialistas, ela já está presente na cultura há pelo menos dez anos, apesar de não ter sido diagnosticada corretamente.
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“Hoje estamos em um processo mais favorável, pois já sabemos onde devemos atacar, então a solução para essa doença deve avançar rápido. Mas ainda é preciso gerar conscientização para que possa ter continuidade nesse processo", disse Victor Silveira, consultor de mercado e sócio-proprietário da VS8 Agrisolutions.
Em busca de combater a doença, a Syngenta aposta na molécula Tymirium® para a composição de um novo nematicida e fungicida em ação conjunta. A molécula está em fase de registro e o produto, ainda sem nome definido, deve ser lançado em 2026.
“Nós levamos em conta a saúde do solo, então ela é uma molécula que não desequilibra a microbiota do solo", destaca Willie Cintra, gerente de desenvolvimento técnico de mercado da Syngenta.
Mas o manejo contra a murcha deve ser feito de forma integrada, uma espécie de combo, atuando desde a palhada até a parte aérea da planta, com fungicida e nematicida, unindo químicos e biológicos.
“Essa é uma doença que não existe uma bala de prata. É preciso fazer um manejo conjunto para controlar e estamos avançando bastante para conseguir entregar algo satisfatório para o produtor", ressalta.
Outro lançamento da empresa é o FRONDEO®, desenvolvido para combater a broca-da-cana. O produto oferece proteção contra a praga por 90 dias, o tempo médio anterior era de 45 dias.
“Essa é uma molécula nova para um grupo químico novo e foi desenvolvida pela Syngenta em parceria com a Global Cana. Esse produto vem somar nesse manejo importante da broca de cana-de-açúcar, principalmente na rotação do ativo e no modo de ação que se faz necessário para essa cultura”, ressalta José Francisco Garcia, pesquisador, consultor e diretor da Global Cana.
Os lançamentos foram apresentados durante o evento “Era da Transformação da Cana", realizado em Jaboticabal (SP). Além dos produtos químicos e biológicos com testemunhas em campo demonstrativo, os produtores tiveram acesso a outras ferramentas para a lavoura.
Uma máquina agrícola, mas com cara de caminhão, promete agilidade para pulverizar a cana. O maquinário da Grunner tem capacidade de 22 mil litros e permite aplicar, de uma só vez, a vinhaça e o inseticida Engeo Pleno®, por exemplo.
“São oito linhas de aplicação e com um volume de calda intenso, o que faz com que o produto atravesse a palhada e consiga encontrar a praga, que muitas vezes está abaixo do solo", afirma Tedson Azevedo, gerente de mercado da Grunner.