O mercado brasileiro de café encerrou agosto com a colheita finalizada e os preços em forte alta. Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, no acumulado do mês, a valorização de ambas as variedades superou os R$ 500 por saca de 60 quilos, com avanços expressivos de quase 50% para o robusta e de 28% para o arábica.
Diante desses aumentos, conforme o Cepea, o café voltou a ser negociado no Brasil nos patamares verificados entre maio e junho, quando a colheita estava apenas começando. No entanto, no início de setembro, as cotações vêm apresentando recuo.
Nesta terça-feira (2/9), segundo o indicador Cepea/Esalq, o café arábica estava cotado a R$ 2.299,01 a saca de 60 quilos, uma queda de 1,04% em dois dias. O café robusta apresentava o preço médio de R$ 1.431,92 a saca, recuo de 6,68% no mesmo período. Analistas de mercado informaram que as baixas devem-se a uma realização de lucros de investidores.
Pesquisadores explicam que o impulso aos valores em agosto veio sobretudo da oferta limitada, com quebras de produção superiores às previstas inicialmente, o que tende a dificultar a recomposição dos estoques mundiais.
Além disso, a tarifação extra dos Estados Unidos sobre o café brasileiro reforça o movimento de alta. Isso porque, ainda que os embarques àquele país se reduzam, as taxas têm resultado em elevação dos preços no mercado norte-americano, causando, por sua vez, avanços nos contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que acabam sendo repassados ao Brasil, explicam pesquisadores do Cepea.