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Notícias do Agro Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025, 16:00 - A | A

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Do campo à indústria

Conheça a produção da água de coco

Vale do São Francisco tornou-se um polo da produção e industrialização do coco verde

Administração

Por 
Carolina Mainardes — Petrolina (PE)
Globo Rural

 

 
 

Uma vara e um pequeno colchão são os instrumentos de colheita do coco verde no Vale do São Francisco. A tecnologia brasileira foi criada na fazenda demonstrativa da Kero Coco, marca da água de coco produzida pela PepsiCo no Brasil, e vem sendo adotada pelos produtores do país. Enquanto um dos funcionários derruba o cacho de frutos, outro calcula onde a penca irá cair e atira o colchão para amortecer o impacto dos cocos. 

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“Hoje, ninguém mais sobe em coqueiro. Na ponta da vara há uma foice e desenvolvemos um colchão com tamanho e densidade adequados para que o coco quebre o mínimo possível”, explica Alexsandro Castro, gerente de Agroindústria na PepsiCo. Ele conta que a técnica foi criada por um produtor de coco parceiro e aprimorada na propriedade, que é a única fazenda da companhia no mundo. Cerca de 140 pessoas trabalham na propriedade e os funcionários que atuam na etapa de colheita utilizam equipamentos de proteção especiais.

A fazenda demonstrativa de 360 hectares fica em Petrolina, região semiárida do Vale do São Francisco, que é a principal produtora de coco de Pernambuco. A empresa também possui outra área para o cultivo do coco no município, com 140 hectares. Do total de 120 mil toneladas de coco verde por ano utilizados na fábrica da Kero Coco, cerca de 65% vêm de 70 pequenos produtores de Pernambuco e da Paraíba e o restante é produzido nas áreas próprias.

Colheita do coco é feita com uma vara e um pequeno colchão para proteger do impacto — Foto: Carolina Mainardes/Globo Rural
Colheita do coco é feita com uma vara e um pequeno colchão para proteger do impacto — Foto: Carolina Mainardes/Globo Rural

A produção sustentável é destacada pelo gerente. No coqueiral, um sistema de irrigação inteligente, que funciona com apoio de dados meteorológicos, permite o uso consciente de água. Já as folhas que caem dos coqueiros são trituradas e viram adubo orgânico, o que ajuda a reter água no solo. Outro aspecto citado por ele é o aproveitamento de 100% do fruto, com a casca sendo utilizada como matéria orgânica na plantação após o processo de fabricação da água de coco.

 

“Esse processo contribui para nosso objetivo de ‘aterro zero’, além de reduzir o uso de fertilizantes químicos, as emissões de gases de efeito estufa [GEEs] e otimizar a irrigação”, ressalta. Castro reforça que as práticas regenerativas adotadas na produção, na fazenda demonstrativa, são seguidas também pelos agricultores parceiros, que possuem uma certificação emitida pela companhia. “Desenvolvemos novas tecnologias periodicamente para poder ajudar os produtores que estão conosco nessa cadeia”, completa.

O produtor Bruno Alves da Silva, de Petrolândia (PE), é um dos parceiros que entrega a produção de coco para a empresa. Ele decidiu apostar na cocoicultura a partir de 2016 e hoje destina pouco mais de 200 hectares para a atividade. Ele conta que 25% da área está em idade de produção e a produtividade média é de 400 frutos por planta, considerada boa para a região. “É uma cultura interessante para incorporar no portfólio produtivo e diversificar o risco com as demais atividades agrícolas”, afirma.

Fábrica da Kero Coco em Petrolina (PE) — Foto: Carolina Mainardes/Globo Rural
Fábrica da Kero Coco em Petrolina (PE) — Foto: Carolina Mainardes/Globo Rural 

Do campo à fábrica 

Na fábrica da Kero Coco, também localizada em Petrolina, a tecnologia é aplicada para preservar a essência da água de coco. Luan Barreto, gerente de Manufatura, explica que a unidade mantém ações direcionadas a controle de qualidade, como análises laboratoriais, a fim de assegurar que o produto final chegue ao consumidor nas condições ideais. “Nosso foco é garantir o desenvolvimento e a entrega de um produto seguro para o consumo, com o sabor da água de coco natural”, explica.

 
Ao chegar das propriedades rurais, os carregamentos de coco passam por uma inspeção na indústria. Os cocos aprovados nessa etapa seguem para a linha de produção da água de coco. Já no maquinário, os frutos passam por um processo de lavagem - a água utilizada é reaproveitada após um tratamento -, esterilização e corte.

A água de coco é então retirada do fruto e encaminhada para a etapa de padronização físico-química, que visa garantir, entre outros aspectos de qualidade e segurança, que o sabor do líquido seja inalterado. Também é realizado um monitoramento sensorial durante o processo, que termina com a embalagem, armazenamento e distribuição. Barreto salienta que toda a cadeia produtiva da água de coco da companhia é sustentável, com objetivos como descarte zero, redução do uso de água e de energia elétrica.

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