Daniela Amorim
Terra
Foto-Blog Verde.ag
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RIO - A safra agrícola brasileira deve totalizar um recorde de 328,4 milhões de toneladas neste ano, 35,7 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 12,2%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril, divulgado nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao levantamento de março, houve uma alta de 0,2% na estimativa, 732,7 mil toneladas a mais.
"Em 2024, tivemos uma série de problemas climáticos afetando as principais lavouras do Brasil. Em 2025, temos uma safra de recuperação, com o clima muito melhor para o desenvolvimento das lavouras. Os problemas observados no ano passado afetaram, principalmente, a Região Centro-Oeste, enquanto neste ano os Estados da região estão atingindo altas produções, com crescimento na safra de grão de 10,3% em Mato Grosso, 18,9% em Goiás e 26,7% no Mato Grosso do Sul", explicou Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, em nota oficial.
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O País deve colher neste ano mais soja, milho, algodão, sorgo, trigo, arroz e feijão. Se confirmadas as projeções, o volume será recorde para a soja e para o algodão. A produção de soja terá alta de 13,3%, para um ápice de 164,2 milhões de toneladas, e a do algodão, 2,8%, para um novo pico histórico de 9,1 milhões de toneladas.
O volume de milho subirá 11,8%, para 128,2 milhões de toneladas: o milho 1ª safra terá alta de 12,5%, para 25,8 milhões de toneladas, e o milho 2ª safra terá aumento de 11,6%, totalizando 102,5 milhões de toneladas. As projeções são de expansão também para o arroz (12,2%, para 11,9 milhões de toneladas), feijão (4,3%, para 3,2 milhões de toneladas), sorgo (3,2%, para 4,1 milhões de toneladas) e trigo (7,0%, para 8,1 milhões de toneladas).
O Brasil deve colher ainda 3,3 milhões de toneladas de café em 2025, ou 55 milhões de sacas de 60 kg, considerando-se as espécies arábica e canéfora. O montante representa um acréscimo de 2,3% em relação ao previsto no levantamento de março, mas a produção ainda será 3,6% menor que a de 2024, em decorrência das reduções de 1,3% na área a ser colhida e de 2,3% no rendimento médio.
"No caso do café arábica, para a safra de 2025, existe uma bienalidade negativa, ou seja, uma queda natural da produção em função das características da espécie, em que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte. Nesse contexto, a queda de 7,5% em relação a 2024 é considerada relativamente baixa, com o clima nos primeiros meses de 2025 contribuindo para uma boa produção", ponderou Carlos Barradas, gerente do levantamento do IBGE, em nota.
Na passagem de março para abril, a expectativa de uma safra melhor de milho ajudou a aumentar a projeção para a produção agrícola brasileira de 2025. Em relação ao levantamento de março, houve aumento nas estimativas para o milho 1ª safra (alta de 1,0% ou 257,304 mil toneladas), milho 2ª safra (0,7% ou 692,631 mil toneladas), castanha-de-caju (0,6% ou 809 toneladas), cevada (0,3% ou 1,422 mil toneladas), café canephora (0,0% ou 75 toneladas), aveia (4,2% ou 47,832 mil toneladas), café arábica (3,5% ou 74,781 mil toneladas) e uva (1,9% ou 37,814 mil toneladas).
Na direção oposta, as estimativas foram revistas para baixo para o feijão 2ª safra (-4,3% ou -56,562 mil toneladas), feijão 1ª safra (-3,9% ou -47,063 mil toneladas), cacau (-2,5% ou -7,349 mil toneladas), trigo (-1,0% ou -84,292 mil toneladas), sorgo (-0,6% ou -22,749 mil toneladas) e soja (-0,0% ou -69,649 mil toneladas).
Segundo Carlos Alfredo Guedes, a produção de milho em 2025 se aproxima do recorde registrado em 2023.
"A estimativa da produção de milho está muito boa, em 128,2 milhões de toneladas, próximo do recorde de 132 milhões de toneladas registrado em 2023. As lavouras de milho 2ª safra, que é responsável pelo maior volume do milho produzido no Brasil, já estão em desenvolvimento e irão ser colhidas em junho. Isso significa que é possível uma pequena variação nas estimativas até o final do ano, diferentemente da soja que já está praticamente toda colhida", frisou Guedes.
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