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Notícias do Agro Quarta-feira, 14 de Maio de 2025, 15:42 - A | A

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Direcionamento de recursos

Agronegócio quer investimentos em armazenagem para estancar 'perde-perde' na cadeia

Cooperativas querem direcionamento de recursos para as linhas de investimentos em armazéns

Por 
Rafael Walendorff
 — Brasília
Foto-Sensix Blog

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, defendeu nesta quarta-feira (14/5) mais investimentos em armazenagem no país, principalmente dento das propriedades rurais. Segundo ele, a deficiência de infraestrutura diminui a renda dos produtores e gera um sistema de "perde-perde" ao longo da cadeia.

 

Segundo ele, a ampliação do mercado consumidor de milho no país, com a instalação de usinas de etanol, e melhorias na logística de escoamento da produção, com o direcionamento das cargas para os portos do Arco Norte, favoreceram o aumento do volume produzido do cereal e a agregação de valor ao grão. Mas a falta de armazéns tira boa parte dessa valorização.

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"A falta de armazém traz perda de renda aos produtores. Gera perda na colheita, aumenta preço de frete que se explode na colheita. É um 'perde-perde' ao longo de todo ano. E não é por falta de capacidade da indústria que fabrica armazéns", afirmou Bertolini na abertura do 3º Congresso da Abramilho, em Brasília. "Precisamos mudar a realidade do Brasil construindo mais armazéns dentro das fazendas", completou.

O dirigente lembrou que nos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, a capacidade de armazenagem supera o volume total da safra. Mais da metade das estruturas, como silos e armazéns, estão nas fazendas.

"O milho tem um valor agregado menor em relação à soja. Entramos em desvantagem competitiva por esses espaços, fretes, caminhões, e isso faz com que o milho seja desvalorizado dentro da fazenda", apontou. "O que precisamos agora é armazenagem mais consistente dentro das propriedades", concluiu. 

Recursos 

Tânia Zanella, superintendente da Sistema OCB, da Organização das Cooperativas Brasileiras, defendeu o direcionamento de recursos para as linhas PCA e Prodecoop, destinadas a investimentos em armazenagem, no Plano Safra 2025/26.

"Temos falta de política de armazenagem mais robusta. Estamos às vésperas do lançamento do Plano Safra, e sabemos da necessidade e o desafio que vai ser. Temos que estar todos imbuídos no mesmo proposito por um Plano Safra que supere a expectativa do produtor", disse ela, que também preside o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), ligado à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). 

"Precisamos pensar em alternativas, porque as cooperativas estão necessitando de recursos para investimentos, e a armazenagem é um tema central. Precisamos pensar dentro de política pública robusta (...) Temos que buscar propostas factíveis e alternativas para isso", completou.

O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, salientou que a estrutura de armazenagem instalada no país atualmente é capaz de estocar apensa 70% da produção. "A FAO recomenda ter 130% de capacidade de armazenagem e temos apenas 70%. É um passo muito longo que precisamos dar em relação a isso", disse no evento.

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