A negociação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia voltou ao centro do debate político e econômico após mais de duas décadas de tratativas entre os dois blocos. O processo, considerado estratégico para a ampliação do comércio internacional, enfrenta entraves relacionados principalmente às preocupações de países europeus com os impactos sobre seus setores agrícolas.
Nesse contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a cobrança para que França e Itália assumam o compromisso de avançar com a assinatura do acordo. A avaliação do governo brasileiro é de que existe disposição majoritária dentro da União Europeia para a conclusão do pacto, mas que resistências políticas específicas têm atrasado a decisão. O argumento apresentado é que os produtos agropecuários do Mercosul não competem diretamente com os europeus e que o bloco sul-americano realizou concessões relevantes ao longo das negociações.
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Um passo importante foi dado com a aprovação, pelo Parlamento Europeu, de mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas vinculadas ao acordo. As regras permitem a suspensão temporária de benefícios tarifários caso a União Europeia identifique prejuízos a algum segmento do agro local. O texto aprovado, no entanto, é mais rígido do que a proposta original da Comissão Europeia, o que exige novas negociações com o Conselho Europeu.
Para que o acordo avance, é necessária maioria qualificada no Conselho, com o apoio de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros, representando 65% da população do bloco. A França lidera o grupo de países resistentes, acompanhada por Itália, Polônia e Hungria, enquanto outras nações sinalizam possível oposição ou abstenção.
















