Depois de a Justiça de Mato Grosso autorizar o retorno do vereador Sargento Joelson (PSB) à Câmara de Cuiabá, o vereador Chico 2000 (MDB) também obteve o benefício. Ele havia pedido a extensão do habeas corpus, concedida pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva nesta segunda-feira (1º). A defesa de Joelson, replicada pela de defesa de Chico, alegou que, após quatro meses fora do cargo, ele não havia sido ouvido pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Diante da paralisação da instrução processual, os advogados sustentaram que a medida violava princípios constitucionais.
Os dois vereadores foram afastados das funções na Câmara Municipal em 29 de abril de 2025 pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo). Eles foram alvos da Operação Perfídia, que investiga um suposto esquema de corrupção ocorrido em 2023 envolvendo recebimento de propina de R$ 250 mil da empresa HB20 Construções, responsáveis pelas obras do Contorno Leste em Cuiabá.
Os pagamentos teriam sido pagos de duas formas. O empresário José Márcio da Silva Cunha teria atuado como ‘laranja’ no recebimento via Pix de R$ 150 mil, enquanto os outros R$ 100 mil teriam sido pagos em espécie diretamente no gabinete do Sargento Joelson.
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De acordo com a denúncia, em troca do dinheiro, eles teriam se empenhado para aprovar um projeto de lei que permitiria a prefeitura renegociar dívidas da empresa e fazendo com que, assim, ela conseguisse as certidões negativas necessárias para liberação de recursos. Áudios e mensagens que constam no inquérito policial aponta que Chico 2000, que na época era presidente da casa, tinha conhecimento das negociações feitas por Sargento Joelson.
Chico 2000 chegou a ser preso preventivamente por supostamente oferecer risco de interferência nas investigações e possível ocultação de provas, como movimentações financeiras ocultas e tentativas de obstrução. No entanto, logo ele foi solto pra cumprimento de medidas cautelares.
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