Investigações apontam que, além dos vereadores por Cuiabá, Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), outros parlamentares participaram do esquema de recebimento de propina para votar favoravelmente em projeto de lei que beneficiaria a HB20 Construções. A decisão judicial que afastou Chico e Joelson alega que o pagamento ilícito foi estendido a mais vereadores para ter quórum no plenário. A Câmara aprovou o reparcelamento de dívidas na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) que contratou a empreiteira por R$ 75 milhões para executar o segundo lote das obras do Contorno Leste, porém, estava inadimplente.
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"O montante recebido também seria destinado a outros parlamentares para garantir quórum necessário para a aprovação do projeto que permitia o parcelamento das dívidas", diz trecho da decisão que autorizou a operação na Câmara.
As investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) estão voltadas à atuação de Chico e Joelson na última legislatura, encerrada em dezembro de 2024. À época, Chico estava na presidência da Casa de Leis. Ambos foram reeleitos, mas Chico não foi reconduzido ao comando da Câmara.
Os gabinetes dos dois vereadores foram alvos de busca e apreensão, assim como suas residências. Os agentes da Polícia Civil apreenderam os celulares de ambos e documentos para auxiliar nas investigações.
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JOELSON RECEBEU R$ 150 MIL
Conforme noticiado pelo HNT, extratos bancários do Banco Itaú confirmaram transferências via PIX da conta de João Jorge Souza Catalan, funcionário da HB20 Construções para a conta de José Márcio da Silva Cunha, apontado como "interposto" de Sargento Joelson. O montante total recebido pelo intermediário do vereador somou R$ 150 mil.
Joelson não comentou detalhes do caso. Por meio de nota, o vereador confirmou apenas a apreensão do seu celular. Durante o afastamento, o Sargento será substituído pelo primeiro-suplente Gustavo Padilha (PSB).