O homem suspeito de matar dois procuradores estaduais em uma fazenda no município deVila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, no início deste mês, teria causado um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão às vítimas, segundo a Polícia Civil. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Gutemberg de Lucena, as investigações estão concentradas, agora, na questão patrimonial que teria motivado o duplo assassinato.
Saint-Clair Martins Souto e Saint-Clair Souto, pai e filho, respectivamente, desapareceram em Vila Rica no dia 9 de setembro. A família registrou queixa do desaparecimento no dia 12 de setembro, após os procuradores não retornarem para Brasília, como esperado. Suspeito do crime, o gerente da fazenda, José Bonfim Alves de Santana, de 42 anos, foi preso no dia 13 de setembro, no Tocantins, e confessou ter matado os procurados a tiros. O G1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
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Conforme o delegado, o gerente da fazenda já foi interrogado e confessou ter desviado gado da fazenda dos procuradores. “Ele disse que desviou mais de 300 cabeças de gado, mas não disse m valor específico. Até agora, calculamos que o prejuízo [causado por ele] gire em torno de R$ 1 milhão”, afirmou.
Segundo o delegado, outras pessoas devem prestar depoimento nos próximos dias para esclarecer o que foi feito com o gado desviado da fazenda, inclusive de outros funcionários da propriedade. “Na questão patrimonial que agora é investigada, queremos saber quanto realmente foi desviado e qual a destinação”, explicou.
José Bonfim continua preso na Cadeia Pública de Vila Rica, mas deve ser transferido, nos próximos dias, para a Penitenciária 'Major Zuzi Alves da Silva', em Água Boa, município a 736 km da capital.
O crime
A investigação aponta que as vítimas foram mortas na manhã da última sexta-feira dentro da sede da fazenda. Pai e filho foram executados com um revólver calibre 38, sendo que o funcionário matou primeiro o pai.
Em seguida, José Bonfim chamou o filho para dentro da casa, falando que o pai dele havia sofrido uma queda, momento em que matou a segunda vítima. Depois, o suspeito arrastou os corpos para uma região de mata próxima a fazenda.
Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do suspeito nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.
Com o suspeito, os policiais apreenderam uma caminhonete, mais de R$ 5 mil e uma arma, que teria sido usada para matar os procuradores. O caseiro era funcionário da família há oito anos.