O prefeito de Santo Antônio do Leverger, Valdir Pereira de Castro Filho (PROS), está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por suspeita de prática de improbidade administrativa por ter contratado empresas de sua propriedade para prestarem serviços ao município, localizado a 35 km de Cuiabá.
A portaria de instauração de inquérito civil para apurar a conduta do prefeito foi publicada no último dia 19 e é assinada pelo promotor de Justiça Natanael Moltocaro Fiúza. O G1 não conseguiu contato com o prefeito investigado.
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Na portaria, o promotor alega que, segundo documento anônimo encaminhado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Valdir Castro teria simulado a saída de duas empresas de sua propriedade, quando assumiu o cargo de vice-prefeito de Santo Antônio do Leverger. Ele teria deixado as empresas em nome da esposa e do pai, contratado-a, em seguida, para fornecimento de combustível ao município.
“Considerando que ele, atualmente, é o prefeito municipal e, consoante a notícia de fato, teria a intenção de firmar termo de adesão a registro de preço, para continuidade do fornecimento de combustível pelas mencionadas empresas”, afirmou o promotor, na portaria.
Após a abertura do inquérito, o MPE encaminhou um ofício ao prefeito solicitando a ele que especifique quais foram as contratações feitas com as empresas suspeitas de 1º de janeiro de 2013, quais os valores pagos e cópias dos contratos firmados e que informe se foi realizada licitação para a escolha das empresas e se ainda existem contratos em vigor com o município ou se já está sendo realizada uma nova contratação.
'Karcharias'
A Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leverger foi alvo, em setembro do ano passado, da operação “Karcharias”, da Polícia Civil, que apurava possíveis atos de corrupção na administração municipal.
Na ocasião, o delegado Lindomar Toffoli, da Delegacia Fazendária (Defaz), afirmou que as investigações sobre irregularidades na Prefeitura de Santo Antônio de Leverger tiveram início com denúncias de moradores da cidade sobre indícios de fraudes em processos de pagamento por serviços, como obras contratadas, e de licitações.
Um dos relatos que chegaram até a Defaz é de que um posto de combustível da cidade estava sendo usado para lavagem de dinheiro e requerimentos de abastecimento oriundos da prefeitura estariam sendo utilizados por terceiro para aquisição de combustíveis.