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Segunda-feira, 14 de Março de 2016, 10h:28 - A | A

TENTOU FUGIR

Ex-secretário de MT tentou fugir da prisão na operação Sodoma, diz MP

Pedro Nadaf foi preso em setembro, na 1ª fase da operação Sodoma

G1

Decisão do dia 26 de fevereiro, que decretou os mandados cumpridos na segunda fase da operação Sodoma, revela que o Ministério Público (MP) acusou o ex-secretário estadual Pedro Nadaf (Casa Civil e Indústria e Comércio) de tentar escapar da prisão que havia sido decretada contra ele em setembro de 2015, ainda na primeira fase da operação.

Segundo apontou o MP à juíza Selma Rosane dos Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal da capital, Nadaf ficou sabendo previamente da operação que o prenderia e chegou a adquirir passagem para deixar o estado, evitando assim o cumprimento do mandado de prisão preventiva. Procurada, a defesa do ex-secretário explicou que, de fato, ele teve conhecimento prévio da operação, mas jamais tentou fugir da operação Sodoma.

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Nadaf também teve mandado de prisão preventiva expedido na segunda fase da operação. Ele se encontra preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) desde o dia 15 de setembro junto aos ex-secretários Marcel de Cursi (preso na primeira fase) e César Zílio (preso na segunda fase), o ex-governador Silval Barbosa (preso na primeira fase) e o ex-procurador do estado Francisco Lima (preso no dia 17 de fevereiro).

Investigações

De acordo com as investigações do MP, que vasculharam o disco rígido de um computador apreendido, foram adquiridas duas passagens aéreas com embarque marcado para as 18h54 do dia 15 de setembro (data em que a operação Sodoma foi deflagrada) com destino a São Paulo nos nomes de Karla Cintra, ex-assessora de Nadaf na presidência da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), e de Pedro Jamil Nadaf Filho.

De acordo com o MP, embora a segunda passagem estivesse em nome do filho do ex-secretário, o fato “demonstra a intenção da representada [Karla], em conluio com Pedro Nadaf, de se furtar à aplicação da lei penal e ainda obstar a instrução criminal, que apenas não se concretizou em razão da deflagração da operação Sodoma naquele dia”.

Além disso, o MP constatou a existência de uma passagem aérea somente de ida para o dia 16 de setembro com destino a Brasília em nome de Pedro Nadaf. No texto da decisão do dia 26 de fevereiro, a juíza da Sétima Vara Criminal registra que, embora o ex-secretário tenha esclarecido que tinha uma audiência judicial para comparecer em Brasília, “não ficou esclarecido o motivo pelo qual não houve aquisição de passagem de volta”.

A mesma decisão resgata diálogos “bastante reveladores” sobre a suposta intenção de Nadaf e do ex-secretário Marcel de Cursi de “se furtarem à aplicação da lei penal”. Conforme o relatório policial, os diálogos, devido ao conteúdo comprometedor, foram deletados pouco antes de a operação Sodoma ser executada, “o que indica a clara intenção de ocultar e de dificultar a descoberta da verdade”.

Outro lado

O advogado Alexandre Abreu, que defende Nadaf na operação Sodoma, explicou à reportagem que o próprio ex-secretário já esclareceu à Justiça em interrogatório que, de fato, teve conhecimento prévio da operação Sodoma. O advogado, entretanto, refutou as acusações do MP segundo as quais seu cliente tentou escapar da prisão.

Abreu declarou que o MP produziu uma “inversão extraordinária” ao atribuir a Nadaf uma tentativa de fuga com base na passagem aérea adquirida em nome de seu filho, Pedro Jamil Nadaf Filho, que estuda em São Paulo. O ex-secretário, esclareceu Abreu, de fato estava prestes a viajar à época da operação, mas a Brasília, com intuito de comparecer a uma audiência da Justiça do Trabalho. O advogado informou que a intimação da audiência e a passagem estão devidamente inseridos nos autos do processo criminal da operação Sodoma.

Em relação às mensagens no telefone celular, Abreu defendeu que o teor delas não incriminam seu cliente e que, mesmo que o fizesse, não haveria ilegalidade deletá-las, uma vez que ninguém é obrigado a produzir prova contra si. Por fim, a acusação da tentativa de fuga, segundo o advogado, consiste numa “nítida vontade de confundir, de querer atribuir a Nadaf situações que não correspondem à realidade”.

 

Nadaf atualmente aguarda o julgamento de três pedidos de Habeas Corpus referentes às acusações da primeira fase da operação Sodoma, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), no Superior Tribunal de Justiça (STF) e no Supremo Tribunal Federal (STF).

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