A Rússia reagiu às declarações de Trump poucas horas depois. Em uma rede social, o principal responsável pela segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, mencionou diretamente o risco de uma Terceira Guerra Mundial.
“Sobre as palavras de Trump, dizendo que Putin está ‘brincando com fogo’ e que ‘coisas realmente ruins’ podem acontecer à Rússia. Eu só conheço uma COISA REALMENTE RUIM — a Terceira Guerra Mundial. Espero que Trump entenda isso!”, afirmou.
A troca de ameaças acontece após bombardeios massivos da Rússia contra a Ucrânia, que bateram recordes nos últimos dias.
Na madrugada de domingo (25), 367 drones e mísseis foram lançados contra o território ucraniano — o maior ataque aéreo dos mais de três anos de guerra. Já na madrugada de segunda-feira (26), ocorreu o maior bombardeio com drones desde o início do conflito: 355 artefatos foram usados de uma só vez.
Trump já havia chamado Putin de “louco” no fim de semana, após o ataque de domingo. O presidente americano disse conhecer o líder russo, mas que “algo aconteceu” com ele.
Em abril, o presidente americano fez uma cobrança direta a Moscou, dizendo “Vladimir, PARE!”, após outro bombardeio a Kiev, capital da Ucrânia. Até então, esta havia sido a manifestação mais dura contra Putin desde que Trump reassumiu a Casa Branca, em janeiro.
A fala desta terça-feira é mais uma demonstração do desalinhamento entre o que Trump deseja para a guerra na Ucrânia e as ações da Rússia. O presidente americano prometeu várias vezes que era capaz de encerrar o conflito “em 24 horas”, mas as negociações com ambos os lados se mostraram mais difíceis do que o esperado.
Donald Trump e Vladimir Putin — Foto: AP Photo
Rússia acusa Ucrânia
Também nesta terça, a Rússia acusou a Ucrânia de tentar provocar uma escalada que leve à participação direta da Europa na guerra.
Para justificar as alegações, os russos disseram que os ucranianos intensificaram bombardeios no território russo, chamando-os de "provocativos", e que os ataques aéreos contra a Ucrânia seriam uma "resposta".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os ataques ucranianos contrastam com o desejo pela paz e não contribuem para as negociações. Peskov disse ainda que a Europa "participa indiretamente" do conflito com o fornecimento de armas a Kiev, segundo a agência estatal RIA Novosti.
"Vemos que a Europa participa de forma indireta, com o fornecimento contínuo de armamentos — os mais diversos sistemas de armas e munições — e isso constitui uma participação indireta na guerra contra a Rússia", disse Peskov a jornalistas.
Na segunda-feira, aliados europeus autorizaram a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance fornecidos por eles para atingir alvos dentro do território russo, segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz. EUA e Reino Unido já haviam dado sinal verde para o uso limitado desse tipo de armamento no final de 2024.
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Bombeiros tentam apagar um incêndio após um ataque russo na região de Kiev em 25 de maio de 2025 — Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia/AP