O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (5) uma ordem executiva para mudar o nome do Departamento de Defesa, também conhecido como "Pentágono", para “Departamento de Guerra”.
Na teoria, a medida autoriza o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e outros integrantes da pasta a usarem títulos como “secretário de Guerra” e “subsecretário de Guerra” em comunicações oficiais e documentos públicos.
Ao assinar a ordem, Trump afirmou que a mudança envia uma mensagem de vitória e força para os inimigos dos Estados Unidos.
"É um nome muito mais apropriado, considerando especialmente a situação atual do mundo", afirmou.
Logo após a assinatura da ordem, o site e as redes sociais do Pentágono exibiram o novo nome. O endereço do portal do Departamento também mudou de "defense.gov" para "war.gov". Enquanto "defense" é traduzido como defesa, "war" significa guerra em inglês.
A mudança, que deve custar centenas de milhões de dólares, também orienta Hegseth a recomendar ações legislativas e executivas para tornar a alteração definitiva.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump tem buscado renomear locais e instituições, incluindo o Golfo do México, além de restaurar nomes originais de bases militares alterados após protestos contra o racismo.
Mudanças no nome de departamentos do governo são raras e precisam da aprovação do Congresso. Mas os republicanos, que têm maioria apertada no Senado e na Câmara, não demonstraram disposição em barrar iniciativas do presidente.
O Departamento de Defesa foi chamado de Departamento de Guerra até 1949, quando o Congresso unificou Exército, Marinha e Força Aérea após a Segunda Guerra Mundial. A mudança serviu para indicar que, na era nuclear, o objetivo dos EUA era prevenir conflitos, segundo historiadores.
Já Trump disse que a alteração para Departamento de Defesa aconteceu quando os Estados Unidos resolveram ser "politicamente corretos" e "woke" — termo usado para se referir a políticas progressistas.
A alteração agora exigirá a substituição de placas, papéis timbrados e símbolos usados tanto no Pentágono, em Washington, quanto em instalações militares espalhadas pelo mundo.
Uma iniciativa do ex-presidente Joe Biden para renomear nove bases que homenageavam a Confederação e líderes confederados estava estimada em US$ 39 milhões. A ordem do governo anterior foi revertida por Hegseth no início deste ano.
Críticos dizem que a mudança é cara e uma distração desnecessária para o Pentágono. Já Hegseth afirma que a alteração não é só sobre palavras — é sobre o espírito guerreiro.
“Vamos simplesmente fazer isso. Tenho certeza de que o Congresso vai concordar se precisarmos... A Defesa está muito defensiva. Queremos ser defensivos, mas também queremos ser ofensivos, se for preciso”, disse Trump no mês passado.
Em junho, o presidente dos EUA mencionou a possibilidade de mudar o nome e sugeriu que a alteração para Departamento de Defesa na década de 1940 teria sido feita por ser “politicamente correta”.