Três grandes tecnologias estão em acelerado desenvolvimento e, agora, começam a se integrar de forma inédita. Essa união promete criar uma supertecnologia capaz de transformar a sociedade, os hábitos e até mesmo a relação entre seres humanos e a natureza.
A primeira delas já é bastante conhecida: a inteligência artificial (IA). Ferramentas como o ChatGPT e o DeepSeek popularizaram o uso de IA ao permitir conversas com máquinas que simulam, com impressionante naturalidade, o pensamento humano. Esses sistemas se baseiam em enormes volumes de texto disponíveis na internet, e conseguem gerar respostas, ideias, análises e até códigos de programação.
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No entanto, esse é apenas um dos ramos da inteligência artificial. Para que ela funcione bem, é necessário algo fundamental: dados. É aí que entra a segunda tecnologia.
Sensores estão por toda parte
Vivemos cercados por sensores. Smartphones, carros, relógios inteligentes, eletrodomésticos conectados — todos esses dispositivos coletam dados constantemente. Um celular comum, por exemplo, tem dezenas de sensores que medem localização, movimento, velocidade, altitude, temperatura, entre outros.
Esses dados são essenciais para que os sistemas inteligentes “aprendam” e se ajustem ao comportamento humano. É por isso que praticamente tudo o que hoje é chamado de “inteligente” — de carros a casas — depende de sensores.
Uma geladeira conectada à internet pode informar quantas vezes foi aberta e o que há dentro dela. Um carro moderno registra o destino, a rota, a velocidade e muito mais. Os sensores, em resumo, são os olhos e ouvidos da inteligência artificial.
Biotecnologia: o poder de reprogramar a vida
A terceira tecnologia que avança rapidamente é a biotecnologia — a ciência que nos dá o poder de manipular e reprogramar organismos vivos. O impacto dessa área é profundo e vai muito além da medicina.
Um exemplo curioso é o chamado “arroz de vaca”, um alimento experimental criado em laboratório. Cientistas inseriram células-tronco de vaca dentro de um grão de arroz, criando um alimento com mais proteína do que o arroz comum. A ideia é que ele substitua o tradicional “bife com arroz” em um único produto.
Outra inovação surpreendente é o frango de laboratório. Desenvolvido em Singapura, o alimento tem sabor e estrutura molecular idênticos ao frango convencional, mas sem que o animal tenha nascido ou sofrido. As moléculas da carne são replicadas em laboratório, e o produto já foi aprovado para consumo e está sendo servido em restaurantes locais.
Cérebros humanos em laboratório
O neurocientista brasileiro Alisson Motri, um dos principais nomes da ciência atual, que atua na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA). Ele trabalha com a recriação de minicérebros humanos em laboratório, usando células-tronco e técnicas de engenharia genética.
Esses tecidos cerebrais artificiais são usados em pesquisas sobre o envelhecimento, doenças neurológicas e os efeitos da microgravidade. “Enviamos esses minicérebros para o espaço para entender por que os astronautas envelhecem mais rápido em órbita”, explicou Motri.
O futuro já começou
A integração dessas três tecnologias — inteligência artificial, sensores e biotecnologia — está moldando uma nova era. Uma era em que máquinas aprendem com o mundo real, organismos vivos são reprogramados em laboratório e a inteligência humana se une ao poder computacional.
Pode parecer ficção científica, mas já está acontecendo. E vai mudar radicalmente a forma como trabalhamos, nos alimentamos, cuidamos da saúde e nos relacionamos com o planeta
