O tufão Ragasa, o ciclone tropical mais poderoso do mundo em 2025, tocou terra no sul da China na manhã desta quarta-feira (24), após matar 17 pessoas em Taiwan e atingir Hong Kong com ventos fortes e chuvas intensas.
O supertufão, que tem ventos sustentados de até 195 km/h, tocou o solo chinês na cidade de Yangjiang, no estado de Guandong, no sul do país, pouco após as 6h no horário de Brasília (17h no horário de Pequim).
Segundo a mídia estatal chinesa, mais de 770 mil pessoas foram evacuadas de casa por conta da chegada do tufão, e o governo chinês enviou dezenas de milhares de tendas, camas dobráveis, equipamentos de iluminação e outros suprimentos de resgate para Guangdong na terça-feira.
Muitos moradores da cidade turística chinesa de Guangfu reclamaram que houve pouco aviso por parte das autoridades, normalmente acostumadas a retirar rapidamente pessoas de áreas de risco na ilha, frequentemente atingida por tufões.
Enquanto as chuvas inundavam Taiwan, Hong Kong enfrentava enormes ondas que se chocaram contra o litoral leste e sul da cidade, invadindo calçadas e submergindo algumas ruas e residências.
Tufão deixou 17 mortos em Taiwan

Um lago se rompeu e provocou destruição em uma cidade de Taiwan durante a passagem do supertufão Ragasa, nesta terça-feira (23). Segundo as autoridades locais, 17 pessoas morreram e outras 17 estão desaparecidas.
O número de mortos foi aumentando ao longo do dia, e o de desaparecidos foi revisado de 152 para 17, após equipes de resgate localizarem um grupo de pessoas que não se sabia o paradeiro.
O lago havia se formado por deslizamentos de terra causados pelas chuvas intensas. A área fica em uma região montanhosa e pouco povoada do leste de Taiwan. No meio da tarde de terça-feira, a estrutura se rompeu e lançou uma onda de água sobre o distrito de Guangfu.
Segundo o chefe da vila de Dama, Wang Tse-an, toda a comunidade — que tem cerca de mil habitantes e faz parte do distrito — ficou submersa. Ele afirmou que muitos moradores estão ilhados.
“Está caótico agora. Precisamos de suprimentos, mas não há como chegar até aqui. O mais importante é retirar as pessoas com segurança e levá-las para abrigos”, disse Wang à agência Reuters.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/L/T/1hq96sSQydglj6f3op0w/ap25266557516876.jpg)
Ponte de Taiwan foi levada pela força da água durante passagem de tufão, em 23 de setembro de 2025 — Foto: Dong Wen Transports via AP
Dados do governo indicam que cerca de 60% dos 8 mil habitantes de Guangfu se abrigou nos andares superiores de suas casas. Grande parte dos demais habitantes deixou a região e buscou apoio em casas de familiares.
O lago que se rompeu tinha capacidade estimada em 36 mil piscinas olímpicas, comparável a um grande reservatório no sul de Taiwan. Quando transbordou, liberou cerca de 60 bilhões de litros de água.
Desde segunda-feira, Taiwan sofre com o supertufão Ragasa, que agora se desloca em direção à costa sul da China e a Hong Kong.
Em 2009, o tufão Morakot devastou o sul de Taiwan, deixou cerca de 700 mortos e provocou prejuízos estimados em US$ 3 bilhões (R$ 15,8 bilhões pela cotação atual).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/z/L/9lU0HUTNK1Nl6wUcNLLQ/afp-20250923-76fx363-v2-midres-topshottaiwanchinaphilippinestyphoonweather.jpg)
Mulher se abriga no telhado de uma casa durante enchente em Taiwan, em 23 de setembro de 2025 — Foto: AFP