O recorde foi alcançado com o voo que trouxe 110 passageiros na noite de quarta-feira (1º) ao Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais.
A soma de deportados para o Brasil de janeiro a 1° de outubro já é 37% maior que o número de todo o ano de 2024.
Desde janeiro, já foram 24 voos de deportação, sendo um ainda durante o governo de Joe Biden, e 23 no de Donald Trump, que tomou posse em 20 de janeiro.
A expectativa é que outros 12 voos cheguem até dezembro, em frequência semanal. Até então, o maior número havia sido em 2021, quando 2.188 brasileiros foram deportados.
Chegada em Confins e voos fretados
A chegada em Confins está ligada a questões de logística. O aeroporto tem capacidade para receber voos desse porte e conta com conexões que facilitam o retorno dos deportados às suas regiões de origem, principalmente por estar próximo de cidades que registram um maior número de emigrantes - como Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
As deportações em voos coletivos começaram em outubro de 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Na época, o governo brasileiro voltou a autorizar o pouso dessas aeronaves, o que não acontecia desde 2006.
Pelas regras americanas, estrangeiros podem ser expulsos por entrada irregular, desrespeito às leis migratórias, envolvimento em crimes ou situações consideradas ameaça à segurança pública. Normalmente, o processo começa com uma prisão e segue sob responsabilidade do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
De acordo com o jornal "The New York Times", o atual governo Trump ampliou os poderes dos agentes de imigração, permitindo também a deportação rápida de pessoas que haviam conseguido proteção nos programas de asilo da gestão anterior, do democrata Joe Biden.
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Brasileiros deportados dos EUA chegam em Confins com pertences em um saco — Foto: Rafaela Mansur/ g1