No street style, nos palcos ou nas passarelas, os microshorts vêm se consolidando como uma das tendências marcantes da moda desde 2024. Independentemente do modelo — jeans, com babados ou em malha —, todos compartilham a mesma característica: o comprimento diminuto que, muitas vezes, se aproxima de uma hot pants ou até mesmo de uma calcinha menos cavada. Mais do que uma escolha de styling ousada, os microshorts carregam uma narrativa corporal que dialoga com um movimento estético mais amplo: a revalorização de silhuetas associadas à magreza extrema.
Marc Piasecki/WireImage via Getty ImagesLisa, integrante do grupo de K-pop Blackpink, no desfile de primavera/verão 2026 da Louis Vuitton
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Modelo em alta
No ano passado, as peças foram vistas nas passarelas de grifes como Gucci, Chloé e Bottega Veneta. Em 2025, novas versões dos microshorts foram apresentadas pela Prada e Dolce & Gabbana, dando continuidade à tendência.



Nos palcos, artistas como Tate McRae, Addison Rae, Tyla e Sabrina Carpenter aderiram aos trajes em suas performances, explorando a feminilidade e a sensualidade atribuídas ao look. Integrantes de grupos femininos de K-pop, como Blackpink e Katseye, também são frequentemente vistas usando as minipeças.




Estética dos anos 2000
Os shorts ultracurtos funcionam quase como uma vitrine do corpo, valorizando pernas longas e uma aparência magra, reflexo da força da estética Y2K, que resgata tanto os visuais dos anos 2000 quanto referências ao heroin chic da década de 1990. Popularizada por figuras como Kate Moss, a tendência exaltava a magreza extrema, a fragilidade e um visual desleixado e, hoje, volta ao debate ao lado de tendências que reposicionam o corpo magro como protagonista da moda.

A preocupação nasce a partir do momento em que mulheres que estão inseridas no contexto econômico e social atual precisam recorrer a técnicas duvidosas e ao uso de remédios para obter um emagrecimento de forma rápida, visando alcançar padrões estéticos.
Em um mundo hiperconectado e acelerado, raramente há tempo para dedicar aos cuidados pessoais e estéticos de forma saudável — praticando exercícios físicos e mantendo uma alimentação saudável, por exemplo — o que pode levar à busca por caminhos mais curtos para a obtenção de resultados.



Acontece que, além dos efeitos colaterais que podem surgir após o uso de remédios e outras técnicas de emagrecimento rápido, o custo elevado desses produtos permite que apenas uma parcela da sociedade tenha acesso a eles, segregando e elitizando a possibilidade de um corpo dentro dos padrões estéticos.


