Mortos a tiros durante distruibuição de alimentos em Gaza chegam a 798, diz agência da ONU

Os tiros já deixaram 798 pessoas mortas, segundo um balanço divulgado nesta sexta-feira (11) pelo escritório de direitos humanos da Organização das Naçãos Unidas (ONU). O levantamento foi feito com registros dos dois últimos meses, período em que Israel voltou a permitir a entrada e distribuição de ajuda humanitária em Gaza. 

"Até 7 de julho, registramos 798 assassinatos, incluindo 615 nas proximidades dos locais da Fundação Humanitária de Gaza, e 183, presumivelmente na rota de comboios de ajuda", disse a porta-voz do agência de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani. 

Investigações realizadas pela ONU e pelo próprio governo de Israel ainda não identificaram de onde exatamente vêm os disparos e os motivos para os assassinatos à queima roupa.

O Exército de Israel admitiu diversas vezes ter disparado contra grupos suspeitos que, segundo os militares, avançaram sobre combois de soldados que monitoram as filas. O governo israelense também afirmou haver suspeitas de que terroristas do Hamas têm atirado contra os prórpios moradores de Gaza em uma tentativa de boicotar os combois humanitárias, que são administrados por uma fundação apoiada por Israel e pelos Estados Unidos.

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que administra as distribuições, utiliza empresas privadas de segurança e logística dos EUA para levar suprimentos a Gaza. O sistema foi criticado pela ONU, que costuma coordenar a entrada e distribuição de ajuda humanitária no território palestino. Mas Israel acusa membros das agências das Nações Unidas de desviar ajuda.

A GHF começou a distribuir pacotes de alimentos em Gaza no final de maio e nega que incidentes tenham ocorrido em seus locais.