O governo de Israel anunciou nesta quarta-feira (20) a convocação de 60 mil reservistas para colaborar no plano de tomada completa da Faixa de Gaza, algo que havia sido revelado nas últimas semanas. A expectativa é que um contingente ainda maior seja convocado, de outros cerca de 20 mil homens, segundo o ministro da Defesa, Israel Katz.
Esses reservistas não devem ser utilizados nas primeiras ações, de acordo com a agência de notícias Reuters. No entanto, iriam entrando aos poucos nas zonas de conflito para colaborar com o controle israelense.
Além disso, o país autorizou uma nova ofensiva para assumir o controle da Cidade de Gaza, mais populosa atualmente do enclave palestino, que teria participação de oficiais da ativa. A expectativa é que isso ocorra em breve, acordo com a NBC com fontes no governo.
Ontem, terça-feira,19, Katz se reuniu para discutir planos de ataque em Gaza com o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, tenente-general Eyal Zamir, e outras autoridades de defesa de alto escalão, informou o Ministério da Defesa.
A situação acontece pouco após o Hamas ter aprovado a proposta de cessar-fogo apresentada por mediadores do Egito e Catar. A trégua inclui uma suspensão das operações militares na Faixa de Gaza por 60 dias.
A paralisação é tratada como um passo importante para alcaçar um acordo concreto que determine o fim do conflito entre Israel e o grupo palestino, no Oriente médio.
O documento prevê a libertação de metade dos reféns israelenses mantidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos. Atualmente, estima-se que 49 cativos, sendo 20 com vida, são prisioneiros do Hamas.
Tel Aviv ainda não se pronunciou sobre o assunto.
No fim de semana, uma greve geral foi convocada por famílias de reféns e de vítimas israelenses dos ataques de 2023. O evento foi organizado após o Hamas divulgar vídeos de prisioneiros visivelmente desnutridos e do governo de Israel anunciar que há planos para a tomada de Gaza.
Os protestos pediram um cessar-fogo imediato e a assinatura de um acordo para libertar os reféns.
Ao todos, os ataques de 7 de outubro de 2023 deixaram pouco mais de 1,2 mil mortos, sendo a maioria civis, segundo um balanço da agência de notícias AFP baseado em números oficiais.
Já a ofensiva israelense, como resposta ao ataque, matou quase 62 mil palestinos, sendo a maior parte também de civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.