Redação g1Palestinos inspecionam o local de um ataque israelense a uma casa, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 15 de maio de 2025 — Foto: Hatem Khaled/Reuters
Bombardeios na Faixa de Gaza deixaram mais de 100 mortos no território palestino nesta quinta-feira (15), Defesa Civil local, controlada pelo Hamas. Já são mais de 180 mortos desde o início de quarta-feira, segundo os números do órgão.
O montante desta quinta-feira foi o maior número de mortos em um só dia desde que Israel voltou a atacar a Faixa de Gaza, em março.
Os ataques ocorreram na cidade de Khan Younis, no extremo sul de Gaza, durante a madrugada desta quinta-feira (15). Um cinegrafista da Associated Press em Khan Younis relatou dez bombardeios e diversos corpos sendo levados ao necrotério do Hospital Nasser, que fica na cidade.
A maioria das vítimas, incluindo mulheres e crianças, foi morta em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em ataques aéreos que atingiram casas e tendas, segundo relataram. Mais de 20 crianças foram mortas nos bombardeios desde quarta-feira.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, também controlado pelo grupo terrorista palestino, ainda há várias vítimas dos bombardeios sob os escombros e nas ruas, que ainda serão socorridas por equipes de resgate.
"Houve bombardeios israelenses pesados durante toda a noite. Temos medo dia e noite. Todos os dias morrem pessoas, todos os dias há feridos. Não sabemos quando será a nossa vez", disse um morador do norte da Faixa, Amir Saleha.
Entre os mortos, estava um jornalista da emissora de televisão catari Al Araby TV, anunciou a rede em suas redes sociais, informando que Hasan Samour foi morto junto com 11 membros de sua família.
O Exército israelense afirmou que sua força aérea atingiu 130 alvos usados por grupos militantes em Gaza nos últimos dois dias.
Os ataques ocorrem enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita o Oriente Médio, passando por países do Golfo, mas não por Israel.
Havia uma grande expectativa de que a visita regional de Trump pudesse abrir caminho para um acordo de cessar-fogo ou a renovação da ajuda humanitária para Gaza. O bloqueio israelense ao território já dura três meses.
Foi a segunda noite de bombardeios intensos, após ataques aéreos na quarta-feira (14) no norte e sul de Gaza que mataram pelo menos 80 pessoas, incluindo mais de 20 crianças. (Leia mais abaixo).
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Palestino inspeciona a casa onde a recém-casada palestina Hala Zaarab foi morta em um ataque aéreo israelense, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 3 de maio de 2025. — Foto: Reuters/Hatem Khaled
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As enfermarias ambulatoriais e laboratoriais do hospital Al-Ahli Arab Baptist são vistas após serem atingidas por um ataque do exército israelense no sábado à noite, após um alerta emitido pelo exército para evacuar pacientes, em Gaza, domingo, 13 de abril de 2025. — Foto: AP News
Ataques intensificados

Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza nas últimas horas e matou ao menos 80 pessoas entre terça (13) e quarta-feira, segundo a Defesa Civil palestina. Entre os mortos estão 22 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Um balanço da Saúde de Gaza disse que ainda havia várias vítimas sob os escombros e nas ruas. Mais de cem ficaram feridos pelos ataques, segundo a pasta.
Médicos locais afirmaram que a maioria das vítimas desta quarta-feira, incluindo mulheres e crianças, morreu em decorrência de uma série de ataques aéreos israelenses que atingiram várias casas na região de Jabalia, no norte de Gaza.
A escalada dos ataques ocorre em meio a falas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que seu Exército "completará a ofensiva" contra o Hamas com "força total".
Os ataques também ocorrem dias após a libertação de Edan Alexander, refém americano-israelense que estava sob o poder do Hamas desde outubro de 2023 em Gaza.
O Exército israelense não se pronunciou sobre os bombardeios desta quarta-feira desde a última atualização desta reportagem.
Outro ataque aéreo de Israel na terça-feira, ao Hospital Europeu em Khan Younis, no sul do território palestino, matou ao menos 16 pessoas e deixou mais de 70 feridos. Explosões foram ouvidas novamente no local nesta quarta. O Exército israelense afirmou que esse ataque tinha como alvo um "centro de comando do Hamas" que funciona abaixo do local. O grupo terrorista negou.