O agro foi um dos atores principais para o desenvolvimento econômico do Brasil em 2025, o que ajudou no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Além da área econômica, o setor se destacou por feitos importantes, como a neutralização rápida do foco de gripe aviária identificada no Rio Grande de Sul, além do status de livre de gripe aftosa sem vacinação e o destaque na COP30 por meio da Agrizone.
Apesar de um bom ano, dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) mostram que o próximo período será cheio de desafios para o setor, como o aumento do endividamento dos produtores. O levantamento mostra que, em outubro de 2025, o crédito rural com taxas de mercado registrou a sua maior inadimplência desde o início da série histórica em 2011, aos 11,4%. No mesmo período de 2024, o valor era de 3,54% e em janeiro de 2023 correspondia a cerca de 0,5%

Além da dívida dos empresários, outros pontos preocupam a confederação, sendo eles o cenário internacional instável, o clima desregulado, a dívida pública alta e a fragilidade fiscal, além da insegurança jurídica. A falta de apoio para o seguro rural também preocupa, com sérios reflexos no próximo ciclo. O programa de subvenção ao prêmio do seguro rural registrou o seu pior desempenho desde 2007, com cobertura de somente 2,2 milhões de hectares, o que representa menos de 5% da área agricultável do país.
Na lista de demandas que podem ser benéficas para o setor, mas que também possuem ressalvas, está o processo de ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia, com assinatura prometida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o dia 20 deste mês. Para a CNA, há riscos severos na implantação do acordo com uma possível aplicação de salvaguardas para produtos agrícolas sul-americanos importados pelo bloco europeu, o que pode minar os ganhos esperados com o acordo.
- Mesmo com temores, bons resultados estão no radar, com uma previsão de produção bruta de R$ 1,57 trilhão em 2026, um aumento de 5,1% em relação a 2025. Já o valor no segmento agrícola na totalidade deve ser de R$ 1,04 trilhão, um crescimento de 6,6% comparado ao período anterior, impulsionado principalmente pelo aumento da produção de grãos.
















