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Cotidiano Segunda-feira, 28 de Julho de 2025, 15:11 - A | A

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"Me sinto enganado"

Voluntário brasileiro tenta deixar guerra na Ucrânia

Lucas Felype Vieira Bueno está impedido de deixar legalmente o país antes de dezembro. O jovem alega estar sendo obrigado a participar de combates armados

Por 
Bruno de Oliveira
CBN- Curitiba
Foto-Instagram

 

 
 

Um jovem brasileiro de 20 anos tenta deixar a Ucrânia após ter se alistado como voluntário na guerra contra a Rússia. Lucas Felype Vieira Bueno, natural de Francisco Beltrão, cidade no sudoeste do Paraná, viajou ao país em maio com a intenção de atuar como operador de drones, mas afirma que foi realocado para a linha de frente dos combates em uma função de infantaria.

Nas redes sociais, Lucas diz que foi direcionado para Kharkiv, uma das regiões mais afetadas pela guerra, e que está sendo obrigado a participar de combates armados - o que, segundo ele, não fazia parte do combinado no momento do alistamento: 

"Eu vim para a Ucrânia como voluntário, com a promessa de trabalhar com tecnologia militar, principalmente na área de drones. Essa sempre foi a minha intenção: ajudar, mas de forma técnica. Mas, desde que cheguei aqui, tudo mudou. Eles estão me empurrando aos poucos para funções de infantaria e, agora, me mandaram para Kharkiv, uma região de intenso combate militar. Disseram que é treinamento, mas eu não acredito mais nisso. Eles estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem o meu consentimento. Isso nunca foi o combinado. Eu me sinto literalmente enganado", declara. 

Lucas afirma que procurou o apoio da Embaixada do Brasil na Ucrânia, mas foi informado de que a autoridade não pode intervir em contratos que tenham sido firmados com o exército local.

De acordo com documentos obtidos pelo portal G1, Lucas assinou um contrato com o Ministério da Defesa da Ucrânia no dia 29 de junho deste ano. O acordo tem validade de três anos e inclui uma cláusula que proíbe o rompimento nos primeiros seis meses, período descrito como formação experimental. Com isso, o jovem está impedido de deixar legalmente o país antes de dezembro.

O contrato prevê que a saída antecipada só pode ocorrer mediante acordo entre as partes por motivos de saúde ou emergência familiar. Caso contrário, o voluntário precisa devolver os equipamentos recebidos ou reembolsar os custos dos itens fornecidos.

O jovem afirma estar com muita dificuldade para voltar ao Brasil. Lucas teria recebido US$ 400 ao mês - o equivalente a cerca de R$ 2,2 mil - até o momento. Ele disse que a promessa era de que os salários poderiam chegar a R$ 23 mil, dependendo da função e das bonificações.

Nas redes sociais, o jovem afirma que teme pela própria vida e pediu que outros brasileiros não façam o que ele fez. Em janeiro, o paranaense Gabriel Lopacinski, de 22 anos, morreu em combate na guerra entre a Ucrânia e a Rússia; assim como o também paranaense Murilo Lopes Santos, de 26 anos, no ano passado.

 

Já em 2023, o curitibano Antônio Hashitani morreu na cidade de Bakhmut, considerado uma das linhas de frente da guerra na época. Desde o início do conflito, diversos paranaenses acabaram se envolvendo com a Ucrânia por conta da alta quantidade de descendentes localizados aqui no estado.

CBN procurou a embaixada e o Ministério das Relações Exteriores e aguarda posicionamento.

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