Realizadas de forma sistemática no dia a dia, as ações junto aos moradores de rua feitas pela equipe de abordagem social da Secretaria de Assistência Social de Primavera do Leste, têm sido intensificadas ao longo do últimos meses. Acompanhados pela secretária Tânia Carlotto, integrantes da equipe percorrem a cidade agem em pontos estratégicos (praça da Matriz, pista de caminhada, rodoviária) e outros locais onde eles se concentram, seja na região central ou nos bairros.
Uma destas ações foi realizada de forma mais intensificada na sexta-feira, 04, quando dezenas de moradores foram encaminhados ao Albergue Municipal, onde além de abrigo, receberam alimentação e apoio social. E apesar das dificuldades encontradas nas ruas, ainda assim muitos se recusam em aceitar o acolhimento ou assim que chegam ao local, acabam retornando para as ruas, como ressalta a secretária Tânia.
“Temos uma preocupação muito grande com essas pessoas e nosso trabalho é oferecer um lar temporário, uma cama quente e uma refeição digna. Mas muitos não aceitam esse acolhimento e nós não podemos obrigá-los”, pontua. E outro problema é que grande parte são usuários de álcool e a dependência química amplia o desafio do acolhimento social.
Para tentar minimizar essa situação as parcerias com outras Secretarias, como a de Saúde e entidades da sociedade civil são fundamentais. Atualmente, o atendimento é feito em parceria com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), mas o município pretende criar um novo espaço exclusivo para esse público.
Em relação ao Albergue a secretária destaca que é um local de passagem e não oferece tratamento terapêutico. “As pessoas confundem isso e o local não é clínica de reabilitação, o que também aponta para outra dificuldade: Primavera do Leste não possui nenhuma casa terapêutica, o que dificulta muito os encaminhamentos. Mas apesar disso oferecemos o acolhimento necessário”, acrescenta.
E a situação tem se agravado com o aumento do número de pessoas em situação de rua, muitas vindas de outras regiões do país. “Eles chegam com a informação de que aqui é fácil conseguir dinheiro e isso tem se espalhado. Por isso estamos criando uma Coordenação específica para atender a esse público, mapear os locais e fazer um censo completo para entender de onde essas pessoas vêm e qual a quantidade que está nas ruas”, informa Tânia Carlotto.
Diante de tudo isso a expectativa da gestão municipal é de que, com a nova Coordenação e um possível reforço na equipe de assistentes sociais e psicólogos, o município consiga traçar políticas públicas mais eficientes para lidar com essa realidade. “Estamos batalhando para isso e queremos reforçar o quadro de servidores para oferecer um trabalho mais completo e humanizado a todas essas pessoas”, finaliza Tânia.