O tenente-coronel da Polícia Militar, Ricardo Bueno, padrinho da '22ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso' afirmou ao HNT TV que, em 2024, a Secretaria de Estado de Segurança (Sesp-MT) contabilizou 350 boletins de ocorrências envolvendo pessoas da comunidade. Considerando que o ano tem 365 dias, o volume de ocorrências é equivalente a quase um por dia. Segundo Bueno, que também é secretário-executivo do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia da Sesp, a maior parte dos casos são de crimes contra honra, como calúnia e difamação.
"Nós temos também ameaças, lesões corporais. Os casos mais graves são os homicídios. Nós também temos os registros dos
A gente percebe que a questão da violência sobre pessoas LGBT era muito negligenciada
suicídios em que a pessoa renuncia a própria existência por causa da sua situação. A gente percebe que a questão da violência sobre pessoas LGBT era uma coisa que, historicamente, era muito negligenciada", falou Ricardo Bueno ao podcast do Hipernotícias.
O padrinho da 'Parada do Orgulho' avalia que esse aumento é um extrato positivo quando pensamos que há anos atrás LGBTs não eram bem recebidos em delegacias e agora passaram a frequentar esses espaços. No entanto, conforme ele, ainda é preciso evoluir, capacitando os servidores das forças de segurança para atenderem esse público de forma humanizada.
MT é o 6º colocado em ranking nacional de mortes de pessoas trans
"Talvez um homem gay ou uma travesti eram incapazes de procurar uma força de segurança para denunciar porque, talvez, seriam expulsos de lá. Por isso, que eu falo de mudança de paradigma, mudança de entendimento sobre isso", ressaltou.
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VIDAS TRANS IMPORTAM
Em ranking da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Mato Grosso aparece como sexto colocado entre os estados brasileiros com mais mortes de pessoas trans em 2024 quando foram registrados oito assassinados. A entidade também fez um balanço de 2017 a 2024 em que MT ficou em 10º lugar, contabilizando 40 mortes motivadas pela intolerância.
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