Cuiabá e Várzea Grande tiveram desempenhos contrastantes na 17ª edição do Ranking do Saneamento 2025, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados. Entre os 100 municípios mais populosos do país, a capital mato-grossense ficou em 46º lugar, enquanto Várzea Grande aparece na 92ª posição, mantendo-se entre os 20 piores colocados do levantamento. O ranking é baseado nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), com ano-base 2023, e avalia três dimensões: nível de atendimento, melhoria do atendimento e eficiência na gestão do saneamento básico.
Mesmo com a posição intermediária, Cuiabá se destacou nacionalmente pelo investimento médio anual por habitante. Entre 2019 e 2023, a capital foi a que mais investiu em saneamento entre todas as capitais brasileiras, com R$ 415,02 por habitante, superando com folga o patamar considerado ideal pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), de R$ 223,82. São Paulo (SP) e Campo Grande (MS) aparecem na sequência, com R$ 198,97 e R$ 195,31 por habitante, respectivamente.
A média nacional nas capitais foi de R$ 130,05 por habitante no mesmo período. A pior performance foi de Rio Branco (AC), com apenas R$ 8,09 investidos por pessoa, o que também se refletiu em sua colocação final no ranking.
Já Várzea Grande, por outro lado, permanece entre os 20 piores municípios do Brasil em saneamento, conforme a classificação do Instituto Trata Brasil. A cidade enfrenta indicadores historicamente defasados e segue distante da universalização dos serviços de água e esgoto. O município representa a única cidade do Centro-Oeste a figurar nesse grupo, ao lado de cidades das regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
De acordo com o relatório, os 20 municípios com pior desempenho investiram, em média, R$ 78,40 por habitante ao ano, cerca de 65% abaixo do nível necessário para alcançar a universalização do saneamento. Isso tem reflexo direto nos indicadores: o acesso à água nesses municípios é 21% inferior ao dos melhores colocados; o acesso à coleta de esgoto é 242% menor; e o tratamento do esgoto é 168% inferior. No topo do ranking nacional estão Campinas (SP), Limeira (SP) e Niterói (RJ). Já Porto Velho (RO) e Santarém (PA) aparecem nas últimas posições.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil realiza o levantamento com o objetivo de monitorar a evolução dos maiores municípios brasileiros e chamar atenção para os impactos sociais e econômicos causados pela falta de saneamento básico, que ainda afeta milhões de brasileiros, 16,9% da população sem acesso à água potável e 44,8% sem coleta de esgoto, segundo os dados mais recentes.
OUTRO LADO
Foi solicitada posicionamento junto as assessorias das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Ambas foram questionadas sobre as medias para melhorar os índices. Até a publicação da matéria, não houve manifestação. O espaço permanece aberto.