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Cotidiano Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 10:35 - A | A

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INQUÉRITO CONCLUÍDO

Assassinato de advogado: policial e caseiro são indiciados como executores

Investigação aponta que crime foi encomendado por casal por disputa de terras e executado de forma premeditada.

Conteúdo Hipernotícias

A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na sexta-feira (9), a primeira fase do inquérito que apura o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024.

Conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, a investigação identificou como executores do crime um policial militar e um caseiro de uma chácara em Várzea Grande. Ambos foram indiciados por homicídio qualificado por promessa de recompensa e por recurso que dificultou a defesa da vítima.

MANDANTES E EXECUÇÃO

Segundo a apuração, o crime foi encomendado por um casal residente em Primavera do Leste, motivado por disputa de terras. Eles tiveram a prisão temporária decretada e foram presos na última sexta-feira.

O policial militar atuou como intermediário: providenciou a arma e a repassou ao caseiro, que conduziu uma motocicleta Honda Fan até o local do crime e efetuou os disparos contra o advogado.

PREMEDITAÇÃO

As investigações apontaram que os envolvidos monitoraram a rotina da vítima por vários dias. No dia anterior ao crime, o caseiro já havia ido ao escritório de Renato Nery no mesmo horário e local do ataque, mas, por motivos ainda não esclarecidos, a execução foi adiada.

No dia 5 de julho, Renato foi baleado em frente ao seu escritório, na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Após o crime, o executor percorreu cerca de 30 km até a chácara onde trabalhava, em Várzea Grande. O trajeto foi registrado por câmeras de segurança.

CONFRONTO FORJADO

No dia 10 de julho, a DHPP mobilizou buscas intensas no bairro Capão Grande. A movimentação policial levou os suspeitos a temerem a localização da arma usada no crime. Segundo o delegado Bruno Abreu, a tentativa foi de simular um confronto para justificar o descarte da arma.

“A intenção era simular uma situação de confronto real e com isso atribuir a arma a outras pessoas, dificultando a responsabilização dos verdadeiros envolvidos”, explicou Abreu.

Sete dias após o homicídio, um suposto confronto entre policiais e criminosos resultou na apreensão da arma usada no assassinato. No entanto, perícias e provas apontaram que os civis abordados estavam desarmados e que o armamento foi plantado posteriormente.

Quatro policiais militares foram indiciados por envolvimento na simulação do confronto. Eles ficaram em silêncio durante os depoimentos. A investigação apontou que o objetivo era encobrir o crime anterior e garantir a impunidade dos envolvidos.

NOVO INQUÉRITO 

Um novo inquérito foi instaurado para investigar o pagamento feito aos executores, identificar quem repassou os valores, rastrear a circulação da arma de fogo e apurar a atuação de outros intermediários.

A esposa do homem apontado como mandante aceitou colaborar com a polícia e prestará depoimento acompanhada de advogado. Já o companheiro permanece negando o crime.

O CRIME

Renato Nery, de 72 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo em frente ao próprio escritório. Ele chegou a ser socorrido e submetido a cirurgia em um hospital de Cuiabá, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois.

Desde então, a DHPP realizou diversas diligências e perícias para elucidar a execução do advogado.

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