Marcela Ferreira
Terra
Foto-Olhar Digital
Um ciclone extratropical que atingiu o litoral de Santa Catarina na noite desta segunda-feira, 28, assustou os moradores de Laguna. Os pescadores da Praia do Cardoso, no litoral sul, foram surpreendidos pela força das ondas do mar e precisaram se unir para salvar suas embarcações e até quebrar paredes.
Os ranchos de pesca da região, que são estruturas à beira-mar usadas para guardar barcos e equipamentos de pesca, foram atingidos pela força do mar. O surfista João Baiuka, que é proprietário de uma pousada no local, filmou a ação e mostrou a força do ciclone. “O mar é um monstro”, disse.
Ciclone extratropical provocou estragos em ranchos de barcos em Laguna, Santa Catarina
“Recebemos ventos com rajadas que ultrapassaram 100 km/h. No decorrer do dia, a preocupação ficou voltada para a grande ressaca que foi sendo recebida aqui no Farol de Santa Marta, com ondas que ultrapassaram os seis metros de altura e ganhando ainda mais força com a ajuda do pico da maré”, contou Baiuka.
Algumas paredes de ranchos de pesca precisaram ser quebradas com marretas, e portas foram puxadas com ajuda de uma caminhonete, para que os barcos pudessem ser salvos da força do mar. As equipes da Defesa Civil receberam ajuda de moradores. Todos os barcos foram salvos, mas as estruturas dos ranchos tiveram prejuízos.
“Foi um momento muito tenso para os pescadores que tiveram suas portas de galpões danificadas, e não tiveram mais prejuízo porque a comunidade se juntou num cordão de força, juntamente com alguns órgãos públicos que vieram prestar apoio como a Defesa Civil de Jaguaruna, Defesa Civil de Laguna e também a Regional”, relatou o proprietário da pousada.
Segundo Baiuka, a preocupação diminuiu, mas os moradores e pescadores continuam em estado de alerta para um novo pico da maré, na tarde desta terça-feira, 29.
A Defesa Civil de Laguna informou que a cidade foi bastante afetada pela ação do vendaval e da maré alta. "Durante o dia atendemos ocorrências diversas relacionadas a queda de árvore e de fios, deixando muitas ruas sem fornecimento de energia elétrica, inclusive a orla do Mar Grosso e a avenida principal", disse o órgão.
Durante a noite desta segunda-feira, a Defesa Civil prestou atendimentos na comunidade de Farol de Santa Marta, onde a maré causou uma ressaca significativa colocando em risco os barcos pesqueiros, que são o maior potencial econômico daquela região. A força-tarefa aconteceu durante toda a madrugada, com equipamentos e força manual para salvar as embarcações e o sustento das famílias.
Os ciclones extratropicais são sistemas de baixa pressão atmosférica, são regiões causadoras de tempo adverso em grande escala, que surgem normalmente em latitudes médias. Eles se formam pelo contraste de temperaturas, quente e fria, em diferentes massas de ar. Nesta terça, o ciclone começa a se afastar, mas ainda irá influenciar o tempo no País, segundo informações do Climatempo.
Santa Catarina sofre com as rajadas de vento desde segunda-feira, que chegaram a 100 km/h em várias cidades.
O mar deve continuar agitado ao longo do dia, com risco de ressaca e ondas que podem variar de três a quatro metros. No Sul e na Grande Florianópolis, as ondas podem alcançar cinco metros. Em alto mar, elas passam a seis metros.
Ainda há risco de rajadas de vento entre 51 km/h e 70 km por hora nas áreas serranas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, no litoral norte gaúcho e sul catarinense, no litoral norte de São Paulo, em todo o litoral do estado do Rio de Janeiro, segundo o Climatempo.
Fonte: Redação Terra
