O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quebrou o silêncio político ao afirmar que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderá contar com seu apoio, mas deixou uma mensagem nas entrelinhas que foi interpretada como uma estratégia cautelosa em relação ao futuro político, segundo análise do especialista em política da CNN Brasil, Caio Junqueira, no WW desta segunda-feira (8).
Para Junqueira, Tarcísio "deu a senha" ao mencionar que Flávio "não é o único candidato da direita".
Esta declaração revela um posicionamento estratégico que busca, simultaneamente, manter laços com o bolsonarismo enquanto abre espaço para outras possibilidades no campo conservador.
Estratégia de afastamento cauteloso
A fala do governador demonstra o que analistas políticos têm chamado de "afastamento cauteloso do bolsonarismo", uma movimentação sem pressa e com muito cuidado.
Esta estratégia estaria baseada em pesquisas que chegam ao Palácio dos Bandeirantes indicando que o eleitorado não tende a escolher um perfil bolsonarista clássico em um eventual confronto com Lula, preferindo representantes da chamada "direita moderada" ou "direita tradicional".
O entorno mais próximo de Tarcísio estaria observando com atenção uma equação considerada favorável nas pesquisas: alta taxa de desconhecimento do governador em nível nacional combinada com baixa rejeição.
Estes números estariam animando o grupo político do governador, que poderia anunciar novidades entre o final de fevereiro e início de março.
As declarações de Tarcísio ocorrem em um momento de reconfiguração das forças políticas conservadoras no Brasil, com diferentes lideranças buscando espaço para representar o campo da direita nas próximas disputas eleitorais.
Ao sinalizar que existem múltiplos candidatos nesse espectro político, o governador paulista posiciona-se como um potencial protagonista sem romper abertamente com seus aliados atuais.
