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Tarifaço de Trump

Questões a resolver com os EUA passam por etanol e terras raras, diz Tebet

'O governo Lula não saiu da mesa de conciliação com EUA porque não conseguiu sentar na mesa', disse a ministra

Renan Monteiro e Lavínia Kaucz
O Estadão 

Foto-SBT News

BRASÍLIA - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira, 29, em entrevista à Globonews, que o pacote de medidas para fazer frente à tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA, a entrar em vigor na sexta-feira, 1º, representa uma "reação", e não uma "retaliação".

O Estadão/Broadcast mostrou na segunda-feira, 28, que a avaliação interna, no Palácio do Planalto, é de cautela sobre qualquer ação contra a medida dos Estados Unidos e os efeitos econômicos de uma guerra comercial entre as duas potências. Sem citar o Brasil, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na segunda-feira que as tarifas com a maior parte dos países ficarão no intervalo de 15% a 20%.

Para a ministra, o governo Trump está sendo "induzido a erro" por mentiras da família Bolsonaro, em referência à carga política do anúncio do presidente norte-americano. "O governo Lula não saiu da mesa de conciliação com EUA porque não conseguiu sentar na mesa", afirmou. "Trump ainda não quer conversar com Brasil por uma estratégia."

Tebet também mencionou que é preciso esperar 1º de agosto para qualquer reação, olhando para dois caminhos: se haverá prorrogação da vigência da tarifa ou se os EUA vão diminuir alíquotas de setores específicos.

Ela afirmou, porém, que questões a serem resolvidas com EUA passam por etanol e terras raras. "Nos interessa regulamentar mineração de terras raras e tecnologia que não temos", disse. "Minerar no Brasil requer que seja dentro das nossas regras, com sustentabilidade."

A ministra disse que o Brasil tem o que oferecer aos EUA, mas "as portas estão fechadas".

Tebet afirmou que pacote de medidas para fazer frente à tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA tem um caráter "menos fiscal do que se espera".

Todo o esforço, segundo o governo, é para evitar a taxa proibitiva prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto. Se vigorar a taxa de 50%, há medidas já sendo ventiladas como abertura de crédito.

Além disso, as ações defendidas pelo setor industrial incluem a "proteção ao mercado brasileiro" de produtos que estão entrando com preços inferiores ao custo de produção ou aos preços praticados no mercado interno. Ou seja, medidas antidumping.

"Temos condições de socorrer afetados por tarifa de 50% por um a dois anos", avaliou a ministra. Ela disse ainda que há grande preocupação com a indústria do aço, como eventual sobretaxa para além do que já tinha sido anunciado.

"A grande pergunta é o que EUA querem, o que ainda não têm do Brasil, balança é superavitária", ressaltou.

A ministra também afirmou que democracia e soberania são valores inegociáveis e não serão colocadas na mesa com os EUA. "Lula sai fortalecido com defesa de soberania nacional", afirmou.

A ministra também afirmou que é inegociável, em relação a big techs, a regulamentação da apologia ao crime. "O Supremo foi muito equilibrado em decisão sobre big techs", disse.

 

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